O Brasil era considerado pelos europeus , no século passado como uma “sociedade de raças cruzadas” , “ um país mestiço”, “um festival de cores”.A visão era que o negro desaparecesse pela miscigenação e que algum dia o Brasil seria branco, mero engano, o negro continuam para decepção de muito a imprimir fortemente a sua marca na população brasileira, não é impossivel , no próximo século, haja no Brasil uma nítida preponderância de pretos e mulatos.

Muitos nesse período, como Louis Agassiz afirmava que era no Brasil que as melhores qualidades do branco, negro e índio, estava se apagando rapidamente deixando surgir um tipo indefinido, híbrido, deficiente em energia e mental. Já um outro definiu-a como uma população mulata, assustadoramente feia (Raeders).

Essas teorias racistas fez com que o Brasil ingressasse no sec. XX, como um país contraditório diante dos seus avanços e recuos sociais, politicos e científicos, uma hora era colocado em ritmo de modernidade, e em outra como simbolo de atraso, atribuido por alguns à presença de negros.

Com isso podemos citar as idéias do deputado e intelectual alagoano Tavares Bastos (1839-1875) que pensava na necessidade de haver a imigração de brancos e o seu cruzamento com o negro para que o Brasil pudesse crescer, pois para ele o europeu era símbolo de civilização e progresso. O branco era produtivo e o negro era mau trabalhador e os males do país estava baseada no negro, pela sua inferioridade racial.

Então, nota-se que a miscigenação no Brasil era descrita como a esperança para a diminuição do atraso do país , pois o negro era algo desagrádavel causando mal estar.e muito prejuízo, podemos notar pelos personagens mestiços da literatura abolicionistas brasileira a exemplo como: A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães e O mulato de Aluísio de Azevedo.

Os mestiços eram escolhidos na sua maioria para trabalhos ligados a gerenciamento, pois eram tido como igual aos brancos, mas também diferentes dos negros cativos. Na verdade, a mestiçagem virou uma forma de hierarquia e posição intermediária, a ponto de que nos movimentos rebeldes de escravos não se admitiam mulatos, pois eles não eram considerados de confiança, tidos como fiéis aos brancos. Ao mesmo tempo esses últimos não os consideravam como iguais. A expectativa de que o negro desaparecessem pela miscigenação era notório, julgavam eles que os mestiços, mulatos, os fulos eram mais inteligentes que os classificados como mais negros.

Darcy Ribeiro já dizia que prevalece em todo Brasil uma expectativa assimilacionista, que leva os brasileiros a supor e desejar que os negros desaparecessem pela braquização progressiva. Ocorrendo efetivamente uma morenização dos brasileiros, mas ela se faz tanto pela branquização dos pretos , como pela negrização dos brancos. Desse modo, devemos configurar no futuro, uma população morena que em cada família, por imperativo genético, terá por vezes, ocasionalmente uma negra retinta, ou um branco desbotado.

Concluindo que as características distintas do racismo brasileiro não incidem sobre a origem racial das pessoas, mas sobre a cor de sua pele. Observando um diálogo entre um artista plástico negro, o pintor Santa Rosa com um jovem também negro que lutava para ascender na carreira diplomata queixando-se das barreiras que dificultavam a ascensão das pessoas de cor. O pintor disse-lhe muito comovido: “ Compreendo perfeitamente o seu caso. Eu também já fui negro”

Referências bibliograficas:
Carneiro, Maria Luiza Tucci. O Racismo na História do Brasil, São Paulo, ed. Ártica. 2ª edição, 1995.
Ribeiro, Darcy. Aos trancos e barrancos: Como o Brasil deu no que deu. 2º ed. Rio de Janeiro . Guanabara Dois,1985.
Naná
Enviado por Naná em 06/02/2008
Reeditado em 08/05/2008
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