O dramático alerta dos cientistas 
 
 
As dramáticas conclusões dos cientistas sobre o aquecimento global, suas causas e conseqüências, confirmam o que já era suspeita para técnicos e instituições que se dedicam ao estudo das questões ambientais, acendendo luzes vermelhas de alertas, no mundo inteiro.
 
A principal conclusão nos informa que o aumento do aquecimento da Terra não está acontecendo por fenômenos naturais, mas por ação reiterada do homem, como a emissão de dióxido de carbono (co2) na atmosfera, responsável pela destruição da camada de ozônio que protege nosso Planeta da ação mais direta dos raios infravermelhos.
 
A outra conclusão, decorrente, informa que o aquecimento global, em curso, aumentará o nível do mar em 50cm, nos próximos 50 anos, pelo degelo acentuado das calotas polares; alterando o regime de chuvas, extinguindo ecossistemas inteiros, modificando a biodiversidades, com extinção de milhares de espécies de vida animal e vegetal, e destruindo cidades litorâneas muito próximas do mar; modificando a própria geografia do Planeta.
 
Em síntese, aumento da temperatura global, entre calor e frio, acentuando um e outro, nas regiões e estações onde hoje ocorrem. Para o homem, o aumento da incidência de câncer de pele, e de doenças do aparelho respiratório, somadas às catástrofes por fenômenos naturais mais intensos (maremotos, terremotos, furações, geadas, enchentes de rios), exigindo um enorme dispêndio financeiro de governos, para assegurar serviços e dar garantias à vida, nos grandes centros urbanos e longe deles.
 
Toda essa dramática e sinistra conclusão, que não é obra ficcional, mas é estudo científico, baseado na realidade atual, reacende a necessidade de busca de mecanismos que possam projetar metas de desenvolvimento sustentável, aos cinco continentes do mundo, pela inestimável importância de que se revestem as questões ambientais para a humanidade, e como forma de evitarmos as catástrofes ambientais que se mostram iminentes.
 
Tenho esperanças de que vamos vencer essa luta, em que pesem os revezes que algumas vezes temos sofrido, no curso de nossa caminhada. Quando uso o nós, aqui, estou me referindo à humanidade, pois essa é uma luta da espécie humana, em nome de todas as espécies de vida que
 
Deus criou para habitar a Terra. 
A cada dia, será necessário aumentar o volume de apelos educativos, a consciência da necessidade de estabelecermos novas práticas de convívio com os recursos naturais, protegendo e respeitando a natureza, para alcançarmos uma melhor qualidade de vida.
 
Em nosso País, sinto isso no conteúdo das matérias que têm sido veiculadas pela imprensa, de um modo geral; pela forma como tem atuado o Ministério Público, como guardião das leis; pelo modo como estão proliferando as organizações não governamentais de proteção à natureza; pelo jeito com que as escolas do curso fundamental e médio estão encaminhando as discussões desse tema, estabelecendo uma prática saudável de respeito ao meio ambiente.
 
Tudo isso, em que pese a continuada destruição da floresta amazônica, a destruição de matas ciliares, contribuindo para assoreamento de rios, a destruição de manguezais e a emissão de rejeitos químicos e residenciais em rios, contaminando populações, ao longo de centenas de cidades que se abastecem desses rios. 
 
Temos necessidades, urgentes, de recompor o tempo perdido, para não sermos condenados pela história da civilização humana, para não sermos julgados impiedosamente pelas futuras gerações, como o século da degradação do planeta Terra.
 
Julgados como o século da civilização que conquistou o espaço, mas que foi incapaz de viver em harmonia com a natureza, destruindo ecossistemas, a biodiversidade, as reservas florestais, poluindo os rios ou devastando suas matas ciliares, realizando uma gestão ambiental nociva à qualidade de vida do homem e ao planeta que habitamos.
 
Muitos fatores estão concorrendo para isso, mas a destruição da camada de ozônio, a ameaça aos recursos hídricas não salinizados, o desequilíbrio na relação entre metro quadrado de área verde por habitantes, a desertificação de muitas áreas, no planeta; todos esses fatores, por representarem ameaças de caráter geral, num mundo cada vez mais globalizado, estão acentuando o processo de reflexão e as ações reparadoras, visando reverter esses conflitos, ao longo dos próximos anos, como projetos de interesse da civilização humana.
 
Biocombustível, como o álcool, é o caminho para reduzir drasticamente a emissão de co2 na atmosfera. O Brasil está na vanguarda do mundo, com esses passos já dados, no confronto com os combustíveis de origem fóssil, como a gasolina e o diesel. 
 
Como é duro saber que somos vítimas de nossa própria ansiedade de progresso, de nossas afirmações de soberania, de poder político e econômico, que não atentam para a diminuição das desigualdades sociais entre países, entre povos, entre regiões, entre cidade e vilas, e não respeitam a vida humana.
 
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Ivan Sarney
Enviado por Ivan Sarney em 03/02/2008
Código do texto: T844412
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