O jardim da felicidade
Dias atrás, no jardim, o Senhor me fez entender que a nossa luta não é contra a carne nem contra o sangue. Me mostrou porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Pois não é o Senhor que luta contra o diabo, numa batalha ferrenha para derrotá-lo. Um dia, que já está determinado, ele o destruirá com o sopro da sua boca. Antes porém, precisa ser derrotado pelo homem.
O Filho do homem já demonstrou que é possível: venceu o inferno e a morte e nos mostrou o caminho de volta ao jardim. Satanás desafiou a Deus, dizendo que nenhuma criatura, nem nos céus nem na terra, seria capaz de amá-lo e adorá-lo de livre e espontânea vontade. Nem mesmo aquela, que foi criada à sua imagem e semelhança. O Senhor espera, então, que possamos provar ao contrário. Afinal, nós o amamos porque ele nos amou primeiro.
Entretanto ele não moverá um dedo sequer para fazer aquilo que nós podemos fazer. Mais de trezentos e sessenta vezes ele declara: não temas. E nos encoraja: vai nesta tua força, eu serei contigo.
Temos em nossa essência, o desejo de eternidade. O Verbo relata as inúmeras vezes que Deus buscou se aproximar do homem. Na verdade, ele o faz todos os dias. Deus destruiu o jardim para não destruir o homem.
Quando Deus disse: façamos o homem, ele estava com o coração cheio de amor. Fez um ser capaz de decidir se desejava ou não viver ao seu lado, diante dos seus olhos, debaixo da sua proteção. E mais: com liberdade para fazer o que a sua alma pedisse, senhor de uma herança imensurável. Posso ver um largo sorriso nos lábios de Deus ao contemplar seu sonho. Ah, homem, os anjos, seres finitos que assistem na presença do Deus vivo, não são completos como és. A eles não foi dado o direito de se tornarem filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo. O Senhor deixou transparecer a sua tristeza ao ver o homem correndo atrás da felicidade, catando migalhas aqui e ali, revirando latas com um animal de rua, gastando de forma irresponsável a sua fortuna, desperdiçando a sua energia por alegrias passageiras que deixam um enorme vazio no peito.
A falsa felicidade sempre lhe escapando entre os dedos. Homem de carne, escravo dos seus desejos. Há muitas coisas na vida que nos dão prazer. Porém é preciso separar os prazeres que agradam a Deus, que não deseja que o homem sofra. Deus deseja que o homem esteja sempre por perto para que o seu gozo seja completo. Deus não tem presente nem passado nem futuro. Mas Deus sempre esteve presente no meu passado, estará presente no meu futuro e sempre está presente comigo. Deus é o meu verdadeiro amigo. Me alegro que ele tenha me mostrado a verdadeira felicidade. Deus me falou do homem que criou e o colocou para cuidar do jardim. Ele foi enganado por satanás, o jardim foi destruído. O diabo cantou vitória. Ledo engano, satanás. Deus ainda tem a semente. A semente que pisou a cabeça da serpente. O caminho para a árvore está acessível de novo. Mas e o diabo? Ele não pode mais entrar no jardim.
Mas, onde está o jardim? Plantado no meu coração. O Senhor não vem mais para visitar. Ele está sempre comigo.
Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Dias atrás, no jardim, o Senhor me fez entender que a nossa luta não é contra a carne nem contra o sangue. Me mostrou porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Pois não é o Senhor que luta contra o diabo, numa batalha ferrenha para derrotá-lo. Um dia, que já está determinado, ele o destruirá com o sopro da sua boca. Antes porém, precisa ser derrotado pelo homem.
O Filho do homem já demonstrou que é possível: venceu o inferno e a morte e nos mostrou o caminho de volta ao jardim. Satanás desafiou a Deus, dizendo que nenhuma criatura, nem nos céus nem na terra, seria capaz de amá-lo e adorá-lo de livre e espontânea vontade. Nem mesmo aquela, que foi criada à sua imagem e semelhança. O Senhor espera, então, que possamos provar ao contrário. Afinal, nós o amamos porque ele nos amou primeiro.
Entretanto ele não moverá um dedo sequer para fazer aquilo que nós podemos fazer. Mais de trezentos e sessenta vezes ele declara: não temas. E nos encoraja: vai nesta tua força, eu serei contigo.
Temos em nossa essência, o desejo de eternidade. O Verbo relata as inúmeras vezes que Deus buscou se aproximar do homem. Na verdade, ele o faz todos os dias. Deus destruiu o jardim para não destruir o homem.
Quando Deus disse: façamos o homem, ele estava com o coração cheio de amor. Fez um ser capaz de decidir se desejava ou não viver ao seu lado, diante dos seus olhos, debaixo da sua proteção. E mais: com liberdade para fazer o que a sua alma pedisse, senhor de uma herança imensurável. Posso ver um largo sorriso nos lábios de Deus ao contemplar seu sonho. Ah, homem, os anjos, seres finitos que assistem na presença do Deus vivo, não são completos como és. A eles não foi dado o direito de se tornarem filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo. O Senhor deixou transparecer a sua tristeza ao ver o homem correndo atrás da felicidade, catando migalhas aqui e ali, revirando latas com um animal de rua, gastando de forma irresponsável a sua fortuna, desperdiçando a sua energia por alegrias passageiras que deixam um enorme vazio no peito.
A falsa felicidade sempre lhe escapando entre os dedos. Homem de carne, escravo dos seus desejos. Há muitas coisas na vida que nos dão prazer. Porém é preciso separar os prazeres que agradam a Deus, que não deseja que o homem sofra. Deus deseja que o homem esteja sempre por perto para que o seu gozo seja completo. Deus não tem presente nem passado nem futuro. Mas Deus sempre esteve presente no meu passado, estará presente no meu futuro e sempre está presente comigo. Deus é o meu verdadeiro amigo. Me alegro que ele tenha me mostrado a verdadeira felicidade. Deus me falou do homem que criou e o colocou para cuidar do jardim. Ele foi enganado por satanás, o jardim foi destruído. O diabo cantou vitória. Ledo engano, satanás. Deus ainda tem a semente. A semente que pisou a cabeça da serpente. O caminho para a árvore está acessível de novo. Mas e o diabo? Ele não pode mais entrar no jardim.
Mas, onde está o jardim? Plantado no meu coração. O Senhor não vem mais para visitar. Ele está sempre comigo.
Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.