POLÊMICA: A PÍLULA DO DIA SEGUINTE

Sempre que me proponho a opiniar sobre algum acontecimento que vira manchete da imprensa, e que demanda uma conduta emergente por parte de alguma autoridade naquele assunto, logo me vem à mente aquela piadinha conhecida de todos, em que alguém encontra o cônjuge no sofá com o vizinho, e resolve o problema vendendo o sofá.

Enfim o Carnaval se aproxima, e infelizmente se constata que a cada época, uma festa que poderia apenas ser uma linda manifestação cultural, acaba por descambar na banalização do sexo.

E obviamente que isso causa preocupações naqueles que têm a linha de comando.

O medo das doenças sexualmente transmissíveis sempre motiva justas campanhas para o uso de preservativos, e me parece que desta vez o medo também é com a gravidez indesejada, fato que levou a se pensar no fornecimento da pílula do dia seguinte.

E como nas campanhas para o uso da camisinha, a pílula do dia seguinte também causa reações contrárias inclusive na opinião da Igreja.

Mas agora o problema não é apenas social.

A proposta de utilização da pílula do dia seguinte na época do Carnaval me parece que vem por parte de quem desconhece totalmente o objetivo para o qual a tal pílula foi criada.

A pílula do dia seguinte, um método contraceptivo oral, hormonal, tem indicações médicas precisas, muito bem caracterizadas.

É indicada APENAS para contracepção de EMERGÊNCIA, em casos de MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL, ou nos casos de falhas cientificamente comprovadas de outros métodos, ou naquelas em que houve o esquecimento da tomada dos anovulatórios, ou no rompimento do preservativo.

E sabem por que?

Porque trata-se de uma pílula com carga hormonal altíssima e que, se tomada de forma errada e frequente como estão sugerindo, principalmente por meninas adolescentes, causarão graves agravos à saude.

Mais uma vez, sinto-me estupefata.

Não se trata de problema social ou teológico, mas de SAÚDE PÚBLICA.

A indicação da pílula neste caso "carnavalesco" gerará um alta razão CUSTO/BENEFÍCIO mas desta vez para quem se habituar a fazer o seu uso indevido.

Não acredito que tal idéia tenha vindo de alguma autoridade em saúde.

E tem mais: Se a cada relação sexual se precisar "custear" tal pílula que não é nada barata...acho que faliremos financeiramente enquanto sociedade.

Minha gente...eduquem o povo! Ninguém nega a dificuldade de segurar os ímpetos de carnaval...mas espera aí...assim já é demais.

Transem!-que "nóis" garante.

E dessa vez, mais uma vez seremos nós, sociedade civil desinformada de tudo!

Convido todos a raciocinarem.

Assim nunca chegaremos a lugar algum!

Nota: Exatamente meu amigo Henricabillo, esse seu lembrete, seria um efeito colateral dramático da pílula...o de as pessoas dispensarem o preservativo.Que catástrofe...