AIDS. Já estamos adaptados?
Segundo a escritora cecília meirelles
, o ser humano, dentre todas as criaturas é o animal mais adaptável, que existe. Quando nos referimos a AIDS, parece nos que também acostumamos a epidemia e nao damos necessária atençao a este agravo, que avança sobre a nossa populaçao.
Fui abordado por um jovem, que segundo ele tem uma vida muito promiscua, ao ouvir este termo promiscuidade fiz com ele uma reflexão, e fiz com que ele entendesse que temos muitas prostitutas e prostitutos, que levam uma vida de profissionais do sexo com uma real
responsabilidade, e que após anos nesta atividade a serem submetidos aos exames de detecçao de anticorpos para o HIV, os resultados são confortantes,negativos.
Expliquei-lhe ainda que estes profissionais, bem orientados, e que sempre procuram esclarecimentos, levam esta vida , com impressionante responsabilidade, onde a palavra prevençao, faz parte cotidianamente de suas atividades.
O rapaz ficou meio estarrecido, e eu lhe expliquei ainda que eu nao estava classificando sua conduta de erronea ou o considerando irresponsável, o que acontecia com ele, é o que está acopntecendo com muitos jovens, a VULNERABILIDADE.
Ser vulnerável, é uma expressão que nós profissionais de saúde adotamos, pois esta vulnerabilidade, vem da ignorancia que temos em não adotarmos as práticas de sexo seguro, e acreditarmos que depois de aguns encontros, já podemos adotar uma falsa confiança neste ou naquele parceiro e abandonarmos assim os métodos de prevençao.
O jovem rapaz, de apenas 22 anos, entendeu minha mensagem e numa consulta, que adotamos como abordagem, referiu- me ser soro positivo.
O que mais me choca nestas situaçoes, é de saber que nossa populaçao independente de faixa etária,ainda estão propensas ao agravo, nao por falta de informaçao ,pois os governos investem na informaçao, capacitaçao de profissionais e no repasse de recursos para aquisição de preservativos, o que está faltando , na verdade é a formaçao de uma cosnciencia crítica,uma tomada de decisao, de dizer NAO.
Dizer não às drogas, ao álcool, e a ignorancia, em considerar que as práticas de sexo seguro, são um estorvo a uma ¨boa¨relaçao sexual.
Continuei minha abordagem, com o jovem, e questionei o por quê de nao usar o preservativo, ele sem hesitaçao respode me que todas as moças das quais mantivera relaçoes eram de confiança, moças de curso superior, e algumas senhoras casadas, mas como ser extremamente vulnerável, e consederando ser dono de um galanteio irrecusável, ele nen sempre estava portando preservativos, e a soluçao era a prática sexual, mesmo sem a prevençao, pois a sua condiçao de macho, jamais deveria ser maculada.
São estes conceitos, esteriotipados, que ainda povoa a mente de nossos jovens, senhores e senhoras, que ainda acham que um assédio sexual, deve terminar numa cama.
Sempre gosto de falar em minhas palestras, que dois individuos, podem chegar ao orgasmo, com simples abraços, beijos moderados, toques de mãos, sem que necessariamante ocorra o ato sexual, como prova de masculinidade ou do ponto final de uma ¨cantada¨.
O que tenho percebido e analisado em 24 anos de trabalho com as DST,é que as mudanças de comportamentos ainda resistem, as culturas de prevençao e a adoçao das práticas de sexo seguro, sendo vistas como ¨coisas¨impostas por profissionais da saúde.
Quanto a este jovem em questão, mesmo sabendo de sua soropositividade, afirmou-me que continuará suas investidas sedutoras, porque ainda nao tá sentindo nada,a mulherada corre atrás dele, e que ele nao vai perder a chance de gozar a vida e fazer o que mais gosta,atacar a mulherada.
São conceitos, atitudes e irresponsabilidades como estas
que colocam nossa populaçao a mercê dos agravos, que tanto afligem o mundo, nao só em relaçao as DSTs, como a outros agravos de contágio, a tão famosa terminologia VULNERABILIDADE,nos faz refletir
o quanto estamos expostos, no meio de nossa comunidade.