TROPA DE ELITE

Esse filme já deu o que falar por demais. São inúmeras revistas, artigos, críticas, dentre outros sobre o mesmo. Talvez pelo fato de estar mexendo com falsos moralismos embutidos numa grande maioria das pessoas. Principalmente daquelas que fingem que não sabiam que aquilo acontecia, que nem imaginava que um dia alguém iria apontar para ela ( por meio de um filme ) e dizer que ela contribuía de alguma forma para aquela situação apresentada.

Saber que erramos e ficarmos quietos é muito fácil, mas quando o assunto vem a tona,e pior, trazido por alguém, a coisa complica. Pois é quase uma intimação de uma auto avaliação, um convite á mudança de comodismo beneficiário a cada um para uma posição de incertezas, de busca.

Isso é o impacto que causa numa grande maioria. Mas existe uma pequena parcela que assistiu ao filme e consegue se esquivar, culminando numa discussão mais tecnicista, que diz respeito à necessidade do tipo de intervenção feita pelo BOPE, das causas da violência, e possibilidades de controle da mesma (citam nesse caso, até o controle natalidade culminando a discussão no aborto).

Todas essas discussões são pertinentes ao filme, no entanto fica parecendo uma tentativa de evadir da questão da auto-moral, porém de forma a não sair de forma imparcial das questões apresentadas pela longa metragem. Fato este, aproveitado por alguns pedantes.

A meu ver saem do medo de enfrentamento da mudança que o filme quase intima a termos, passando para a vaidade ( uma vez que se mostram pensadores, explanadores de pensamentos repetitivos nos dias atuais).

Mesmo assim essas duas vertentes não me convenceu como explicação motivacional para a produção do filme. Então decidi refletir mais sobre o mesmo. Partir da seguinte questão:

 Será que um cineasta iria se dar ao trabalho se arriscando, produzindo um filme que apresenta situações que colocam a prova posturas de policiais, de políticos e ainda mostrar a realidade de bandidos? Apenas pelo simples gosto que chocar a sociedade através da dramaturgia?

Na minha humilde opinião seria muito simplista pensar dessa forma. É praticamente inconcebível alguém brincar com a própria pele de tiro ao alvo. Sendo assim decidi estudar sobre o assunto.

Iniciei da seguindo a linha de raciocínio a seguir:

1º) Por que no filme existe apenas UM ator de grande evidência, já consagrado tendo “caído” nas graças do público?

2º) de onde saiu a temática do filme?

3º) por que o filme foi ambientalizado em 1997?

4º) será que a intenção foi mostrar somente o que assistimos mesmo?

Tive como resultado:

Cheguei a conclusão que por trás de tudo o apresentado trás a tona uma discussão político partidária. Essa conclusão foi tirada por dois fatores principais: um a figura do ator principal (que traz em seu currículo personagens políticos), juntamente com a forma como chegou até a grande massa : a pirataria.

Será que o produtor iria ser tão negligente a ponto de deixar escapar de seu controle fitas contendo o filme?

Além disso, o filme é divulgado num momento em que a oposição está fragilizada diante de escândalos de corrupção, ineficiência de administrações e tem que recorrer ao governo federal pedindo socorro.

Por outro lado, o governo está em meio a discussão de terceiro mandato, e de aprovação (ou criação) de impostos, se atacar a oposição (já fragilizada), esta precisando de ajuda do governo, sucumbirá aos anseios deste.

Confesso que quando cheguei ao final dessa pesquisa parecia tudo muito fantasioso, porém não é de todo impossível.

Ao jogar essa versão num fórum todos se calaram a respeito, e o filme não foi mais discutido.

Será que joguei um balde de água fria?

Lilian Gonçalves
Enviado por Lilian Gonçalves em 29/01/2008
Código do texto: T837236
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