A morte e o morrer
Ayrton Senna, não morreu apenas como ser humano, morreu também para a fórmula 1, assim como Piquet que também passou pela fórmula 1, se eternizou, mas morreu para esta, não está mais lá dentro de nenhum carro.
Assim como morre pra gente o percurso deixado pra trás quando atravessamos uma rua, ou fazemos uma caminhada. Como nosso passado morreu, ficando apenas lembrança...
A partir do momento que concebemos essa idéia de morte, de que tudo que passa morre num momento posterior ao seu, o enfrentamento da vida se torna mais fácil, tal como o lançar a novos desafios também.
Acredito ser este pensamento que ronda a cabeça dos suicidas, ou daqueles que um dia atentaram contra a própria vida, foi o pensamento que me rondou momentos antes de tentar me matar: a vontade de transformação no homem novo, necessitando matar o homem velho.
No caso dos suicidas o homem novo é aquele livre de tormentas emocionais, livre de sofrimento, livre de dor. Logo para se ter o homem velho é preciso morrer e renascer de novo. No entanto o renascer não é possível para alguns...
Ainda tenho dúvidas se todos reconhecem a transformação como a mudança de paradigmas, deixar de ser ator e passar a diretor da própria vida, a morte nesse caso não é o morrer, mas o mudar...
Esse mudar gera medo, pois ainda é desconhecido, muitas vezes o mudar não requer somente mudança de hábitos, mas aquisição de novos conhecimentos, abdicar outros tantos, e renunciar antigos costumes.