A morte e o morrer

Ayrton Senna, não morreu apenas como ser humano, morreu também para a fórmula 1, assim como Piquet que também passou pela fórmula 1, se eternizou, mas morreu para esta, não está mais lá dentro de nenhum carro.

Assim como morre pra gente o percurso deixado pra trás quando atravessamos uma rua, ou fazemos uma caminhada. Como nosso passado morreu, ficando apenas lembrança...

A partir do momento que concebemos essa idéia de morte, de que tudo que passa morre num momento posterior ao seu, o enfrentamento da vida se torna mais fácil, tal como o lançar a novos desafios também.

Acredito ser este pensamento que ronda a cabeça dos suicidas, ou daqueles que um dia atentaram contra a própria vida, foi o pensamento que me rondou momentos antes de tentar me matar: a vontade de transformação no homem novo, necessitando matar o homem velho.

No caso dos suicidas o homem novo é aquele livre de tormentas emocionais, livre de sofrimento, livre de dor. Logo para se ter o homem velho é preciso morrer e renascer de novo. No entanto o renascer não é possível para alguns...

Ainda tenho dúvidas se todos reconhecem a transformação como a mudança de paradigmas, deixar de ser ator e passar a diretor da própria vida, a morte nesse caso não é o morrer, mas o mudar...

Esse mudar gera medo, pois ainda é desconhecido, muitas vezes o mudar não requer somente mudança de hábitos, mas aquisição de novos conhecimentos, abdicar outros tantos, e renunciar antigos costumes.

Lilian Gonçalves
Enviado por Lilian Gonçalves em 28/01/2008
Código do texto: T835865
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