Drogas, um tema subjetivo

“Somos produtos do meio em que vivemos”. Esta frase muitas vezes ouvimos ditas por algumas pessoas. Certamente, para se chegar a esta afirmação o autor deste pensamento deve ter suas profundas razões. Mas, quem sabe com o tempo ele mesmo (autor ) tenha retificado devido a novas realidade vivenciadas.

Na verdade por um certo prisma esta frase faz um enorme sentido.

Imagina se eu morasse no Rio de Janeiro, e atuasse como agente em alguma ONG ligada as pessoas carentes, sendo assim estaria diretamente conhecendo a outra realidade a da violência, da exclusão social, pobreza absoluta nas favelas, falta de políticas publicas assistências, educacionais.

Um verdadeiro contraste social, de um lado a beleza exuberante da natureza, até exclamada pelo papa João Paulo II, quando esteve no Rio. Um povo politizado. Sem duvida no Rio de Janeiro há uma gama de intelectuais, pensadores. Um estado que dita as regras para o resto do país. Porém, do outro lado o oposto, uma paisagem que envergonha o resto do país, uma violência, a pobreza.

Quando vivemos diretamente o outro lado de uma realidade no caso especifico drogas, certamente teremos um pensamento diferente em relação a este tema. Para muitos que vivem a marginalidade social, a exclusão, podem imaginar que a droga é um anestésico, um momento de prazer e de fugas de uma triste realidade. Muitas vezes atribuindo o fatores estruturais social como causa preponderante para seu consumo.

Então, desta forma quando ouvimos combates ferrenhos e varias manifestações pro legalização de agentes que vivem esta realidade acima citado percebemos que vários discursos ou conceitos ocorrem na verdade devido uma associação isto é, consciente ou inconsciente associamos tais discursos ao próprio povo. Em suma, sentimos nos atingidos por defendermos uma classe o qual conhecemos sua realidade. É como se estivéssemos incorporados naquele povo.

Da mesma forma quando vivemos num grupo social onde vemos pessoas morrendo de orverdoses. Onde presenciando todas as conseqüências das drogas na família, as doenças oriundas e tantas outras conseqüências diretas no meio social a qual vivemos e alguém viesse a defender a legalidade! Certamente, não concordaríamos em hipótese alguma.

Imagina alguém que viveu o inferno das drogas em sua vida e hoje está limpo nem sabe como, de repente pessoas virem com discurso de amenização das drogas? É evidente que encontrará pouco respaldo à suas idéias.

Outra circunstancia que podemos analisar é que as pessoas são egoísta e vêem o mundo segundo a ótica egocêntrica. Não queremos, não aceitamos ter seus direitos violados, mesmo que possa-se abrir mãos deste direito em beneficio a outrem. Vemos isto repetidamente acontecer, seja na política, seja em nosso cotidiano. Somos favoráveis a tudo, desde que não nos prejudique, não mexa diretamente com a gente. Pois bem, a grupos sociais de classe elevada que são usuário, usuários abusivos ou dependentes químicos de drogas ilícita, e que sentem incomodados com a não legalização destas. Então, quando se atua ou está inserido dentro deste meio haverá sempre pessoas a defende-los. Repito, o fato de estar envolvidos em determinados grupos leva a ter conceitos antagônicos uns dos outros e ser atingido por opiniões contrarias.

A grande interrogação que fica em relação as drogas é: A droga é contextual ? O consumo de drogas e propriamente a dependência química está estritamente relacionada as questões sociais? A droga causa dependência? Quem atua dentro destas áreas tem que ter as respostas bem definidas e é a partir daí que se constrói seu conceito.

Todos aqueles que atuam de forma imparcial neste tema, tem uma visão ampla e assim, sabe definir uma realidade de outra, não se envolve emocionalmente, mesmo que possa parecer difícil separar uma circunstancia de um fato.

É importante dizer que o uso de substancia psicoativas no caso das drogas ilícitas, não é um produto de primeira necessidade, isto é, as pessoas não precisam consumi-la, de uma certa maneira ela é um subterfúgio que as pessoas usam para resolverem , satisfazerem suas necessidades subjetivas. Partindo deste pressuposto o custo em relação ao beneficio é muito alto seja de ordem biológica, psíquica e social. É a partir deste prisma que nós que atuamos seja na prevenção, tratamento devemos direcionar nossos pensamento.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 09/12/2005
Reeditado em 10/12/2005
Código do texto: T83276