MAS JÁ NÃO É SEM TEMPO!
Hoje bem cedinho me deparei com um jornal de São Paulo que repousava ao chão da porta ao lado, cuja manchete anunciava:
"Governo suspende licença de desmatamento em trinta e seis áreas"
Como não sou de "surrupiar" notícias alheias, apenas me detive à manchete e não tive a chance de ler a reportagem na íntegra.
Ocorre que diante da Natureza exuberante do Brasil e da vasta biodiversidade da nossa geografia, não pude deixar de manifestar um certo espanto pelo óbvio.
Não faz muito tempo, também assistia a uma reportagem duma das telinhas, que mostrava o descaso com que ocorria o desmatamento numa famosa mata dum Estado do Centro Oeste.
O que mais chamava a atenção naquela matéria, é que a derrubada das árvores ocorria sem o mínimo constrangimento da consciência, favorecida pela total falta de fiscalização por parte das autoridades florestais. Isto estava lá, no vídeo da televisão, para quem quisesse ver...e se ressentir.
Caminhões encostavam-se tranquilamente às árvores tracionadas da terra, para destiná-las ao comércio madeirense.
Desmatamentos também não se resolvem por decreto, embora a atitude seja das mais louváveis, frente a uma situação realmente calamitosa.
Hoje também tive a impressão de ouvir um discurso político -ecológico muito bonito, convincente, lógico e eloquente, porém frente ao que ocorre me parece que continuamos a chover no molhado.
É só andarmos pelo Brasil para frequentemente flagarmos a nossa bela e invejável natureza asfixiada, tentando sobreviver em meio a inconsciência ecológica, à total negligência, vítima do desenvolvimeto insustentável.
O contraste da biodiversidade com a BIOADVERSIDADE é chocante, e maltrata o coração de quem sente.
O que falta mais uma vez é educação.
É desanimador perceber que sempre se tenta resolver os problemas pelo avesso, ou seja, por aqui sempre se inicia a construção pelo telhado.
Consciência ecológica não se cria duma hora para outra,
é preciso trabalhar as crianças profundamente, inclusive dando-lhes a noção de preservação do patrimônio universal, a idéia de que o meio ambiente não é privilégio só nosso, mas do mundo e das gerações que estão por chegar.
No que se refere á ecologia, na manutenção do ecossistema, cada cidadão tem que ser preparado para o espírito de 'policiamento'.É nosso dever! Porque preservar a vida é um direito NATURAL.
Devemos entender, que um ato anti-ecológico aqui, repercurte ali, é cumulativo, e em última análise é um problema de todos! Inclusive dos que ainda não chegaram.
E que apenas o trabalho consciente e individual, resolve o problema como um todo.
Ninguém tem o direito de transformar a casa num lixo, num lugar inóspito.
Desmatar é lesar a Terra e abortar a vida!
Reflorestar é dever da Humanidade.
E não serão discursos políticos que farão da causa uma bandeira de sucesso.
Mais que meros discursos, é preciso ação!
É preciso começar pelo começo, ou seja, educar seriamente,sob pena de partirmos para um destino sem volta, desmatados e asfixiados, a despeito das boas e teóricas aspirações políticas.