ASSÉDIO MORAL

Esse meu texto não tem caráter tecnicista.

É apenas um resumo, fruto da leitura de algumas reportagens, e principalmente da observação da vida.

Ultimamente temos ouvido cá ou acolá, alguém se referindo ao assunto "ASSÉDIO MORAL", cuja situação tem gerado sérios problemas no clima organizacional dos locais de trabalho, bem como na saúde emocional e física de alguns trabalhadores.

Há um dito popular que ensina:

"Quer conhecer alguém? Dê-lhe o poder!"

O Assédio Moral consiste numa "agressão silenciosa" que parte hierarquicamente de quem tem a linha de mando, sobre um ou vários de seus subordinados, no local de trabalho.

A abordagem "criminosa" geralmente é sorrateira, imperceptível ao olhos mais desavisados e muito difícil de se provar, visto o caráter subjetivo da ocorrência.

Porém para a vítima do tal assédio, a objetividade do sofrimento começa a gerar forte pressão emocional, desestabilização das relações no trabalho e queda na produtividade.

O objetivo do tal assédio, seja ele consciente ou inconsciente, é gerar no subordinado uma sensação de "desvalia profissional", de incompetência, provocando no trabalhador o seu pedido de demissão da empresa, visto que com o passar do tempo torna-se insuportável manter-se trabalhando naquele local.

Antes da tal decisão, o profissional geralmente já enfrenta forte ansiedade, muitas vezes ataques de pânico, que podem culminar com franco estado depressivo e repercussões psicossomáticas importantes, como palpitações , tonturas, hipertensão arterial, dores no peito, dores de cabeça, e em alguns casos complicações cardiovasculares mais sérias.

O liderado acaba por finalmente tornar-se inválido para as atividades, satisfazendo assim as afirmações e reais intenções do líder.

É importante salientar que nesse caso, o assédio moral é causa de DOENÇA DO TRABALHO, e aqui o trabalhador teria que albergar esse conhecimento para que seus direitos trabalhistas lhe sejam garantidos..

Não é nada fácil traçar o perfil emocional do agressor.

Muitas vezes é um perfeito camaleão.

Ora se apresenta como uma personalidade "suave", e não são raras

as vezes em que, a despeito de criar situações que dificultam o desempenho do seu subordinado, sempre se apresenta pra "salvá-lo" da tal adversidade, compadecendo-se de suas "dificuldades" e aproveitando-se para incutir-lhe ainda mais a idéia de incompetência e desvalia, o que piora o estado de desanimo da vítima.

Enfim, é aquele chefe que cria dificuldades para " favorecer ' facilidades e ainda levar a fama do "bom samaritano".

Esse tipo de perfil psicológico de quem comanda, geralmente traz uma dificuldade imensa de se provar a ocorrência de Assédio Moral, uma vez que sempre atua nos "bastidores de si mesmo".

Por outro lado, há os que cometem o "assédio coletivo", explícito, geralmente pessoas de perfis mais agressivos, autoritárias arrogantes e invejosas, que jamais aceitam a possibilidade de que um subordinado possa ser tão ou mais competente que um líder.

Mas algumas vezes, a ocorrência do tal assédio, vincula-se tão somente na incompatibilidade pessoal, tornando-se fortuita e gratuita.

De qualquer forma, em ambos os perfis do tal "comandante", se encontra geralmente alguém muito inseguro, e que, à menor sensação de "ameaça" profissional por parte dos seus subordinados, lança mão da agressão silenciosa, até que o vítima caia sucumbida ao que muito dificilmente se consegue provar.

Nota-se que quando tal agressor também tem um grau de subordinação na escala hierárquica da empresa, apresenta-se como um camaleão, transformando se de lobo em ovelha, calmo e ridiculamente "subserviente".

ASSÉDIO MORAL, quando bem caracterizado é "crime" (no sentido de ato ilícito), e é muito mais freqüente do que se possa imaginar; mas é preciso não banalizar a ocorrência e com certeza no decorrer da leitura do meu texto, alguém já lembrou de algum fato que se encaixaria perfeitamente no que aqui descrevo.

E que se corte o mal pela raiz!

O caminho para a solução do problema, é sempre procurar pela justiça, (e por um terapeuta!), mas primeiramente é necessário diagnosticar a situação e calçar-se de provas concretas, que podem ser documentais, ou até testemunhais.

Diagnosticado o assédio, depois de se respirar fundo, talvez seja mais fácil contorná-lo até o tempo hábil de resolvê-lo.

E depois de solucioná-lo deve-se rezar.

Rezar muito para que um raio não caia duas vezes na mesma empresa, porque a chance...nunca é pequena demais.