Breve reflexão sobre a suposta iminente queda do império americano

No livro "Colosso - A ascensão e o declínio do império americano", do Historiador britânico Niall Ferguson, é dado um panorama da história dos EUA, desde sua ascensão como a maior potência do planeta. O autor também faz algumas projeções para o futuro do país, especulando uma possível queda frente ao avanço, tanto tecnológico quanto econômico, da União Europeia e, principalmente, da China.

O PIB da China, em 2005, era em torno de 2,5 trilhões de dólares, e dos EUA 13 trilhões. Hoje, o PIB dos EUA gira em torno de 27 trilhões; o da China é 17 trilhões, ou seja, o avanço econômico dos dois países é basicamente o mesmo.

As cidades da China são divididas pelo governo chinês em níveis, onde Xangai, cidade mais rica do país, seria de "Nível 1", liderando mais 4 cidades: Pequim, Guangzhou, Tianjin e Chongqing. Essas cidades são equivalentes as grandes cidades dos EUA, em poder econômico, infraestrutura, segurança, qualidade de vida, moradia...

O PIB de Xangai gira em torno de 660 bilhões de dólares; o PIB de Nova York, cidade mais rica dos EUA, é de 1,7 trilhão de dólares. Os EUA possuem diversas cidades que seriam, em tese, "Nível 1", e muitas delas, mesmo não sendo centros econômicos, possuem uma economia maior que Xangai, como Washington, que possui um PIB de 725 bilhões de dólares.

Pra critério de comparação, separei 20 cidades americanas que os chineses classificariam como "Nível 1", havendo muitas outras: San José (Califórnia), Bridgeport (Connecticut), San Francisco (Califórnia), Seattle (Washington), Boston (Massachusetts), Durham (Carolina do Norte), Washington D.C, Nova York (Nova York), Houston (Texas), Miami (Flórida), Dallas (Texas), Portland (Oregon), Hartford (Connecticut), Madison (Wisconsin), Minneapolis (Minnesota), Denver (Colorado), Los Angeles (Califórnia), Orlando (Flórida), Chicago (Illinois), San Diego (Califórnia).

Os EUA possui 4.500 universidades, sendo muitas delas a vanguarda em pesquisas científicas de todas as áreas, como MIT ou Havard, por exemplo; já a China possui 732, sendo que a elite científica chinesa é formada majoritariamente no ocidente e, grande parte, abandona o país em função da restrição da liberdade. Outro aspecto é que grande parte da economia chinesa é formada graças a empresas ocidentais que manufaturam seus produtos dentro do país, como Apple, Motorola, Dell...

A empresa mais valiosa chinesa é a Tencent, que vale em torno de 350 bilhões de dólares, já a Apple, empresa mais valiosa americana, vale 1,7 trilhão de dólares, sendo que os EUA possuem um número muito superior de empresas, de diversos setores, tão grandes quanto a Apple, como Google, Boing, Airbus, NVidia, Amazon, Meta, Microsoft... empresas que influenciam o mundo tecnologicamente, ideologicamente, geram empregos em todos o planeta, ditam caminhos futuros na política, na música, na arte, no entretenimento, na moda...

Para fazer uma breve comparação militar, os EUA possuem 11 porta aviões, uma das armas de guerras mais importantes para um país, que possibilita ataque aéreo em qualquer lugar do mundo. A China possui 3 porta aviões, sendo dois deles já obsoletos, no que se refere ao sistema de decolagem - uma rampa, onde aviões decolam somente com a força dos próprios motores, impossibilitando decolagens com capacidade máxima de carga, tanto de combustível quanto de armamento, prejudicando a efetividade de um eventual conflito aéreo. Todos os Porta aviões americanos possuem sistema de catapulta para decolagens, permitindo a decolagem com capacidade total, sendo que um dos porta aviões, o maior e mais avançado do mundo, possui um sistema de catapulta por eletromagnetismo, o que permite a decolagem de quase todos os tipos de aeronaves, uma vez que é possível regular a intensidade de impulso ideal para cada tipo de aeronave, com uma capacidade de comportar até 90 aeronaves; já o chinês pode comportar até 40 aeronaves. Até 2035, os EUA pretendem construir mais 4 desses porta aviões, compostos por tecnologias ainda desconhecidas pelo resto do mundo.

A renda per capita americana é em torno de 80 mil dólares, enquanto a chinesa é 12 mil dólares, sendo a distribuição de renda americana muito mais efetiva que a chinesa, uma vez que, nos confins do país, que é a imensa maior parte, há extrema pobreza e são regiões quase totalmente agrárias.

Me parece que ele surfa na moda "Queda dos EUA", assunto que gera muito interesse na população. O império americano levará talvez até centenas de anos para ruir, pois ainda está na vanguarda da exploração espacial, na indústria bélica, no poderio militar, ainda é o centro cultural e econômico do mundo, detém o idioma mais falado do planeta, com as melhores e maiores universidades, ditam moda em todos os setores da sociedade, têm as melhores oportunidades profissionais, é a economia mais pujante do planeta... ou seja, a iminente queda dos EUA é uma falácia.

Antony
Enviado por Antony em 17/12/2024
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