RAUL, O MALUCO BELEZA
Dedico este artigo
À amiga Naza Breeman,
Talentosa, debochada,
E irreverente menina,
Detentora de gloriosa discórdia
Que enobrece a arte poética.
É com muito orgulho e sem falsa modéstia que destôo sobre o maluco beleza, rei do rock e autêntico representante de uma geração. Raul Seixas ensandeceu a todos, com sua indelével arte criativa e interpretativa. Sobrepôs-se ao caótico modismo e ditou o ritmo de várias décadas, ofertando generosos deboches entrelaçados com arte poética. Viveu intensamente cada melodia, brilhou com seu trinado distribuindo a conjunção de sonhos e preencheu o espaço com notas musicais. Mais, muito mais que cantor e compositor, foi um visionário, pressentiu o belo, onde havia rancor, disseminou esperança - onde o torpor reacionário imperava, fincou a bandeira da paz. Trouxe alento ao mundo bélico. Assintomático, fez alusão ao renascimento de um movimento musical que desprezava o modismo e afirmou que havia nascido há dez mil anos atrás e tornou-se imortal, perpetuando sua irretocável imagem por gerações subseqüentes. Ganhou o mundo, emprestou seu talento para causas humanitárias. Sendo garimpeiro da cultura, Raul Seixas ofertou ouro aos tolos que estavam hipnotizados pela metamorfose ambulante e numa bela manhã, tomou o trem das sete e bateu asas, planando por todo o universo, levando alegria e musicalizando milhões de almas em todos os planos do cosmo.