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Estudo de Caso: Controle e Higienização de Áreas Afetadas por Fezes de Pombos em Edificações de Saúde
1 de novembro de 2024
Introdução
A presença de pombos em áreas urbanas e hospitalares é um desafio comum, pois essas aves são vetores de doenças respiratórias graves e podem comprometer a segurança estrutural dos prédios devido ao acúmulo de fezes. Fungos e bactérias como Histoplasma capsulatum e Cryptococcus neoformans, presentes nas fezes de pombos, são causadores de doenças como a histoplasmose e a criptococose (Ministério da Saúde, 2010). Esses patógenos representam um risco significativo para a saúde de pacientes e profissionais de saúde, especialmente em hospitais onde o público é mais vulnerável.
Diante do histórico recente do Hospital de Clínica Wilson Franco, onde a falta de higienização das áreas afetadas por pombos gerou reclamações de familiares, a gestão decidiu agir preventivamente e desenvolveu um estudo de caso que orientará a implementação de um plano de controle eficaz para o hospital no sudeste do Pará.
Identificação dos Riscos e Análise de Casos Semelhantes
Riscos à Saúde e Segurança Ocupacional
As fezes de pombos são perigosas devido à presença de microrganismos patogênicos, que podem causar infecções respiratórias graves quando inalados (ANVISA, 2009). Além disso, a acidez das fezes danifica as superfícies de concreto e metal, o que pode comprometer a integridade das estruturas e gerar custos adicionais de manutenção (CETESB, 2014). Em ambientes hospitalares, esses riscos são potencializados pela alta circulação de pessoas e a presença de indivíduos imunossuprimidos.
Histórico e Aprendizado de Casos Análogos
O caso do Hospital de Clínica Wilson Franco em Boa Vista evidenciou a necessidade de uma gestão proativa na higienização e controle de áreas afetadas por pombos. Esse exemplo serviu como referência para o desenvolvimento de ações preventivas no hospital de saúde pública no sudeste do Pará, a fim de evitar problemas semelhantes e garantir um ambiente seguro para todos.
Estrutura do Plano de Ação
Para implementar um plano eficaz de controle e higienização, foram convocadas as equipes de higienização, manutenção e SESMT, que propuseram ações divididas em três etapas:
1. Planejamento e Preparação da Área
- Isolamento e Sinalização: As áreas afetadas por fezes de pombos serão previamente isoladas e sinalizadas, restringindo o acesso a pessoas não autorizadas.
- Ventilação Controlada: A ventilação será ajustada para reduzir o risco de dispersão de partículas contaminadas, especialmente em áreas de grande circulação (ANVISA, 2009).
- Capacitação da Equipe de Higienização: A equipe receberá treinamentos sobre os riscos envolvidos e o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), incluindo máscaras N95, luvas e roupas de proteção (Fundação Oswaldo Cruz, 2015).
2. Higienização e Desinfecção
- Umedecimento das Fezes Antes da Remoção: As fezes serão umedecidas com uma solução desinfetante, como hipoclorito de sódio a 10%, para reduzir o risco de dispersão de partículas durante a limpeza (ANVISA, 2009).
- Remoção e Descarte Adequados: As fezes serão removidas com escovas e espátulas e colocadas em sacos apropriados para resíduos biológicos.
- Desinfecção Final das Superfícies: Após a remoção, as superfícies serão desinfetadas novamente para garantir a eliminação de patógenos e evitar a exposição futura.
3. Medidas Preventivas e Monitoramento Contínuo
- Instalação de Barreiras Físicas: Redes de proteção e spikes metálicos serão instalados nas áreas propensas ao pouso de pombos para impedir o acesso das aves (CETESB, 2014).
- Adoção de Métodos de Repelência: Serão usados dispositivos visuais e, se necessário, repelentes ultrassônicos em áreas estratégicas.
- Monitoramento Regular e Inspeções Periódicas: O SESMT e a equipe de facilities realizarão inspeções bimestrais para avaliar as condições das áreas e detectar qualquer sinal de retorno de pombos.
Implementação e Expectativas de Resultado
A implementação do plano de ação será feita de forma gradual, com avaliação contínua de resultados e ajustes nas práticas conforme necessário. Com o controle preventivo e a higienização adequada, espera-se eliminar os riscos de saúde e estrutural associados à presença de fezes de pombos e prevenir a ocorrência de situações semelhantes à do Hospital de Clínica Wilson Franco.
Conclusão
Este estudo de caso servirá como referência para a implementação de medidas preventivas e de controle em áreas hospitalares vulneráveis à presença de pombos. Ao reunir as áreas de higienização, manutenção e SESMT, a gestão busca garantir um ambiente sanitário seguro, atendendo às normas de saúde ocupacional e prevenindo possíveis riscos para pacientes e colaboradores. A experiência do caso de Boa Vista reforça a importância de um planejamento robusto e de práticas preventivas em edificações de saúde.
Referências
- ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2009). Manual de Controle de Pragas em Serviços de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde.
- CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. (2014). Diretrizes para o Controle e Manejo de Aves Sinantrópicas em Áreas Urbanas. São Paulo: CETESB.
- Ministério da Saúde. (2010). Histoplasmose: Orientações para Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde.
- Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz. (2015). Medidas de Controle de Pombos em Ambientes Hospitalares. Disponível em: https://www.fiocruz.br
- Em 07/05/24 - O site FOLHA DE BOA VISTA, publicou uma materia sobre Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco, onde familiares denunciaram o hospital por contamiação cruzada de doenças trazida pelos pombos atraves, das condensadoras de ar-condicionado. link: https://www.folhabv.com.br/cotidiano/familiares-denunciam-presenca-de-fezes-de-pombo-no-hospital-das-clinicas-veja-video/