#VovôChicoDoCrato68AnosEm2024-Poquê tem havido tantos indivíduos e grupos ligados s a Bolsonaro que usam símbolos da estética nazista e supremacista branca,
Porquê tem havido tantos indivíduos e grupos ligados a Bolsonaro que usam símbolos da estética nazista e supremacista branca (e.g. discurso de Alvim inspirado em Goebbels, copos de leite, tochas e máscaras de filme de terror, etc.)? Coincidência?
A maioria dos "patriotários" que foram presos no dia 08/01/23 por tentativa de Golpe de Estado era composta apenas por "bobos da corte" inofensivos, como disse Bolsonaro, ou eram mesmo perigosos terroristas como disse o ministro Xandão?
Por que alguns manifestantes Bolsonaristas estavam utilizando bandeiras com símbolo neonazista no protesto? Há alguma relação entre os grupos?
É ABSURDA e ESCABROSA a ignorância e a tentativa dessa nossa mídia corrupta (e que já, há tempos, perdeu a credibilidade) em tentar associar o movimento e símbolos usados com caracteres neonazistas.
Esse símbolo e essa bandeira foram usados desde o século XVI (ou seja, muuuuuuito antes do nazismo aparecer) pelos cossacos ucranianos nas lutas contra invasores estrangeiros, e por isso durante o século passado e no começo do século XXI virou o símbolo de luta dos ucranianos contra ocupação, chovinismo e imperialismo russos.
Sugiro a todos que vejam a resposta dada pela embaixada da Ucrania o Brasil à infeliz reportagem:
Бразилія - Carta da Embaixada da Ucrânia no Brasil ao Diretor de Redação da Veja
Lamentável essa nossa imprensa brasileira…..estão perdendo uma oportunidade única de ajudar a esclarecer a população e disseminar o conhecimento.
Quando vocês vão aprender, hein!?!?
A coisa do copo de leite é bastante improvável, as outras sim permitem uma associação mais fácil. Mas para o caso do bolsonarismo, eles são totalmente explícitos, são um livro sem segredos. Olhar para mensagens segredos para acusar, nestas circunstancias, é como procurar as impressões digitais tendo a confissão do assassino. Por isso não me vou a ocupar de interpretar o já interpretado tantas vezes.
Não lhes é necessário usar palavras-chave ou símbolos para ocultar nada; quando se usam eles têm um valor estético de provocação e comunidade interna. Pelo menos nas nossas sociedades todo aquilo que seja críptico, produz mais escândalo que aquilo direto porque se presume algum tipo de falha.
E por que provocar escândalo? E por que fazê-lo adotando a posição explícita do mal? O mal tem um apelo estético. O vemos em muitos filmes sobre "anti-heróis" e vilões ou em videogames, ou com os músicos gângsteres, mas isso tem muita mais história. O fascismo se baseava numa estética glamorosa da violência, o futurismo. Os romances de delinquentes e piratas, as baladas populares sobre criminais, as tragédias, são artefatos artísticos que exploram essas possibilidades. É o mesmo que a lei e as convenções sejam quebradas pela sua negação ou pela sua aparentemente excessiva afirmação, o importante do anti-herói é que ele se desvia do comum da sociedade e se supõe assim numa posição de superioridade intelectual ou corporal.
Então, por que hão tantos indivíduos como os da pergunta? Porque estão atraídos por essa estética em circulação e provavelmente podem compatibilizá-la com seus interesses materiais.
Por que tomar copos e garrafas de leite virou uma espécie de símbolo de pertencimento para grupos racistas da extrema direita nos EUA e Europa? Isso já chegou no Brasil também?
Isso vem da já secular tentativa desonesta de indivíduos e grupos racistas se apropriarem de ciências legítimas e importantes para lhes dar um verniz, mesmo que finíssimo, de fundamentação intelectual sólida e suposta objetividade (se você já encontrou um supremacista/etnocentrista de algum tipo na internet, sabe que todos eles têm convicção de que eles é que são objetivos e interessados tão somente em revelar e propagar a "verdade ocultada" por um conluio com interesses escusos e que envolve cientistas, governos, intelectuais, mídias e o escambau).
Desde fins do século XVIII, e em especial durante o século XIX, com a ascensão das ciências biológicas e sociais modernas e, como uma distorção destas, do darwinismo social, começou-se a perceber que havia ligações ancestrais bem fortes entre idiomas falados da Irlanda até Bangladesh. Percebeu-se também que havia alguns traços culturais em comum entre várias civilizações do presente e do passado, tendo como "núcleo" a Europa e suas imediações. Conclusão em uma época de enorme dominância europeia e racismo ainda inconteste? Ora, aquilo tudo só podia ser sinal de que os brancos eram os responsáveis por toda a civilização, descendentes de uma raça ancestral quase predestinada a conquistar, expandir-se e civilizar.
Pesquisas ao longo do século XX e do século XXI confirmaram parte das hipóteses feitas anteriormente, com ou sem conotações raciais, e rechaçaram uma outra vasta parte das presunções furadas propostas por aquela visão simplista e racialista da História antiga (Grécia e Egito fundados por "nórdicos"? Europeus descendentes de uma antiga raça à parte, sem conexão com aquele pessoal "moreno" do Oriente Médio? Guerreiros europeus de olhos azuis e cabelos loiros levando a civilização avançada a alhures montados sobre cavalos? Tudo balela total).
No entanto, um último "premiozinho de consolação" sobrou para os supremacistas brancos do século XXI: de fato, as semelhanças entre centenas de línguas indo-europeias, da Europa ao Sul Asiático, eram os sinais de grandes migrações e invasões que ocorreram ao longo de milênios e tiveram sua origem primordial mais provável em algum ponto nas estepes das atuais Rússia e Ucrânia, onde viviam povos pastoris seminômades (nenhuma civilização de cair o queixo, podem esquecer isto) que foram dos primeiros a domesticar o cavalo (mas não os primeiros).
Por que tem havido tantos indivíduos e grupos ligados a Bolsonaro que usam símbolos da estética nazista e supremacista branca (e.g. discurso de Alvim inspirado em Goebbels, copos de leite, tochas e máscaras de filme de terror, etc.)? Coincidência?
A coisa do copo de leite é bastante improvável, as outras sim permitem uma associação mais fácil. Mas para o caso do bolsonarismo, eles são totalmente explícitos, são um livro sem segredos. Olhar para mensagens segredos para acusar, nestas circunstancias, é como procurar as impressões digitais tendo a confissão do assassino. Por isso não me vou a ocupar de interpretar o já interpretado tantas vezes.
Não lhes é necessário usar palavras-chave ou símbolos para ocultar nada; quando se usam eles têm um valor estético de provocação e comunidade interna. Pelo menos nas nossas sociedades todo aquilo que seja críptico, produz mais escândalo que aquilo direto porque se presume algum tipo de falha.
E por que provocar escândalo? E por que fazê-lo adotando a posição explícita do mal? O mal tem um apelo estético. O vemos em muitos filmes sobre "anti-heróis" e vilões ou em videogames, ou com os músicos gângsteres, mas isso tem muita mais história. O fascismo se baseava numa estética glamorosa da violência, o futurismo. Os romances de delinquentes e piratas, as baladas populares sobre criminais, as tragédias, são artefatos artísticos que exploram essas possibilidades. É o mesmo que a lei e as convenções sejam quebradas pela sua negação ou pela sua aparentemente excessiva afirmação, o importante do anti-herói é que ele se desvia do comum da sociedade e se supõe assim numa posição de superioridade intelectual ou corporal.
Então, por que hão tantos indivíduos como os da pergunta? Porque estão atraídos por essa estética em circulação e provavelmente podem compatibilizá-la com seus interesses materiais.
Por que tomar copos e garrafas de leite virou uma espécie de símbolo de pertencimento para grupos racistas da extrema direita nos EUA e Europa? Isso já chegou no Brasil também?
Isso vem da já secular tentativa desonesta de indivíduos e grupos racistas se apropriarem de ciências legítimas e importantes para lhes dar um verniz, mesmo que finíssimo, de fundamentação intelectual sólida e suposta objetividade (se você já encontrou um supremacista/etnocentrista de algum tipo na internet, sabe que todos eles têm convicção de que eles é que são objetivos e interessados tão somente em revelar e propagar a "verdade ocultada" por um conluio com interesses escusos e que envolve cientistas, governos, intelectuais, mídias e o escambau).
Desde fins do século XVIII, e em especial durante o século XIX, com a ascensão das ciências biológicas e sociais modernas e, como uma distorção destas, do darwinismo social, começou-se a perceber que havia ligações ancestrais bem fortes entre idiomas falados da Irlanda até Bangladesh. Percebeu-se também que havia alguns traços culturais em comum entre várias civilizações do presente e do passado, tendo como "núcleo" a Europa e suas imediações. Conclusão em uma época de enorme dominância europeia e racismo ainda inconteste? Ora, aquilo tudo só podia ser sinal de que os brancos eram os responsáveis por toda a civilização, descendentes de uma raça ancestral quase predestinada a conquistar, expandir-se e civilizar.
Pesquisas ao longo do século XX e do século XXI confirmaram parte das hipóteses feitas anteriormente, com ou sem conotações raciais, e rechaçaram uma outra vasta parte das presunções furadas propostas por aquela visão simplista e racialista da História antiga (Grécia e Egito fundados por "nórdicos"? Europeus descendentes de uma antiga raça à parte, sem conexão com aquele pessoal "moreno" do Oriente Médio? Guerreiros europeus de olhos azuis e cabelos loiros levando a civilização avançada a alhures montados sobre cavalos? Tudo balela total).
No entanto, um último "premiozinho de consolação" sobrou para os supremacistas brancos do século XXI: de fato, as semelhanças entre centenas de línguas indo-europeias, da Europa ao Sul Asiático, eram os sinais de grandes migrações e invasões que ocorreram ao longo de milênios e tiveram sua origem primordial mais provável em algum ponto nas estepes das atuais Rússia e Ucrânia, onde viviam povos pastoris seminômades (nenhuma civilização de cair o queixo, podem esquecer isto) que foram dos primeiros a domesticar o cavalo (mas não os primeiros).
E ocorre que também foram essas ondas de migrações de mais ou menos 4.000 a 6.500 anos atrás que mais contribuíram para difundir a mutação genética da tolerância plena à lactose, que permite que pessoas continuem digerindo a lactose e nutrindo-se dela (é claro que é uma mutação especialmente favorável para um povo que vivia essencialmente da pecuária; sinais disso ainda estão na nossa língua portuguesa, onde "pecúnia", palavra que vem da raiz indo-europeia para "gado", significa dinheiro, e também na língua inglesa, onde "fee" vem da palavra que um dia significara "gado, rebanho").
ACIMA: mapa da proporção de pessoas com tolerância à lactose no Velho Mundo.
Aí está a verdadeira razão pela qual beber de uma só vez fartos goles de leite se tornou um símbolo de reafirmação da distinção entre raças e da superioridade da suposta raça branca sobre quaisquer outras, aos olhos dos supremacistas brancos da extrema direita: ao beber leite, estão fazendo referência um traço genético favorável que é encontrado principalmente em pessoas de origem europeia, mas é mais do que isso, pois estão também fazendo uma conexão indireta com a versão enviesada da História que eles veem por trás da expansão dessa mutação genética, uma narrativa simplória de conquista, expansionismo, triunfos violentos e dominação social e cultural dos supostos indo-europeus (que alguns no passado chamavam de "arianos", apropriando-se do termo indo-iraniano para seus clãs e/ou tribos) sobre os povos não brancos postos sob seu jugo.
Transformaram os proto-indo-europeus em uma espécie de Conan, o Bárbaro, que é provavelmente o que eles, na sua maioria pessoas frustradas e fracassadas, adorariam ser. Não se trata só de uma afirmação de que os "brancos são diferentes", o leite representa aí uma ideia de que eles há milênios e também no presente e no futuro foram feitos para vencer, mandar, subjugar e exterminar.
O que é bizarro nisso tudo, como se não bastasse toda a imoralidade e a distorção do conhecimento científico, é que o que eles fazem é um desserviço para si próprios, pois a verdade é que todos (repito, todos) os povos europeus têm mais da metade de seu DNA derivado dos povos pré-indo-europeus que foram absorvidos pelos pastoralistas indo-europeus. Contudo, esperar coerência das conclusões dessa gente sobre evidências científicas seria uma ingenuidade: não há interesse genuíno em História ali, as descobertas das ciências são apenas armas numa guerra ideológica.
Por que alguns manifestantes Bolsonaristas estavam utilizando bandeiras com símbolo neonazista no protesto? Há alguma relação entre os grupos?
É ABSURDA e ESCABROSA a ignorância e a tentativa dessa nossa mídia corrupta (e que já, há tempos, perdeu a credibilidade) em tentar associar o movimento e símbolos usados com caracteres neonazistas.
Esse símbolo e essa bandeira foram usados desde o século XVI (ou seja, muuuuuuito antes do nazismo aparecer) pelos cossacos ucranianos nas lutas contra invasores estrangeiros, e por isso durante o século passado e no começo do século XXI virou o símbolo de luta dos ucranianos contra ocupação, chovinismo e imperialismo russos.
Sugiro a todos que vejam a resposta dada pela embaixada da Ucrania o Brasil à infeliz reportagem:
Бразилія - Carta da Embaixada da Ucrânia no Brasil ao Diretor de Redação da Veja
Lamentável essa nossa imprensa brasileira…..estão perdendo uma oportunidade única de ajudar a esclarecer a população e disseminar o conhecimento.
Quando vocês vão aprender, hein!?!?
O que você acha da suspeita de que manifestantes da extrema direita pró-Bolsonaro, em SC, estavam fazendo gestos de saudação nazista/fascista? Era realmente um simples juramento à bandeira como alegam?
não entendi porque "nazista/fascista". até porque o fascismo não tem gesto de saudação oficial, e fascismo é bem diferente que nazismo, colocar eles juntos na pergunta seria como juntar o PSOL com o PSDB e falar que são a mesma ideologia.
Eu penso que a maioria destes manifestantes não tinha tanta noção do que estavam fazendo e este gesto é bem confundido com aquele de saudação à bandeira
Claro que são diferente, mas qualquer um confundiria, muito porque, quando algum levante um pouco a mão, os demais também o fazem achando que aquela é a forma correta.
Se aqueles manifestantes realmente tivessem
Por que, as vezes, misturam a ideologia de Bolsonaro com o nazismo?
Por dois motivos:
por ser conveniente pintar seus opositores políticos como "nazistas", "fascistas", "radicais de extrema-direita" etc
….e porquê, muito provavelmente, realmente devem existir pessoas que apoiam Bolsonaro/o bolsonarismo e que são partidárias dessas merdas (fascismo, nazismo), embora imagino que uma fração insignificante.
…..o que é irônico já que, não raro, as pessoas que acusam os outros de serem "nazistas", "fascistas", "radicais de extrema-direita" etc etc são abertamente comunistas/socialistas e radicais de extrema-esquerda, e defendem abertamente a perseguição/prisão/extermínio de opositores/dissidentes e "inimigos da revolução" (empresários, "burgueses", "classe média", "direitistas" etc etc) '-'
Por que eles falam que o lema do Bolsonaro "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" é um lema nazista?
Existem duas possibilidades:
Ou são pessoas burras que querem pagar de fluentes em alemão, mesmo s saber;
ou são pessoas manipuladoras que se aproveitam do fato das pessoas não falarem alemão para espalhar mentira e desinformação.
Deutschland, Deutschland über alles
Über alles in der Welt
🇩🇪 Hino Nacional da Alemanha.
Vamos lá, esse trecho do hino foi banido por uma suposta associação ao nazismo. Na realidade o hino é mais antigo que isso, na época do Império Alemão, mas o trauma que os alemães tem do nazismo é tanto que qualquer referência ao patriotismo alemão (e também ao império, que era muito patriota) foi sumariamente banido.
O trecho é “Deutschland über alles” (atenção na palavra em negrito), cuja tradução é “Alemanha acima de todos”. Esse foi usado pelo projeto de poder global de Hitler, infelizmente. Alemanha sobre todos, subjulgando, dominando todos.
A frase do Bolsonaro é "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Isso em alemã ficaria algo como “Brasilien über allen, Gott über alles”. Ou seja, o Brasil, a nação brasileira, é importante acima de tudo, inclusive é algo comum usar o termo “acima de tudo” para expressar prioridade e extrema importância.
E Deus acima de todos é meramente uma expressão do que a fé dele representa, pois Deus, segundo o cristianismo, é o supremo criador do universo, logo, naturalmente está acima de todos. Ninguém é obrigado a aceitar isso, apenas mostra que a soberania de Deus é (ou pelos menos deveria ter sido 😡) a motivação para o plano de governo de Bolsonaro (é, mentira em campanha eleitoral é f*da mesmo… 🙄).
Além do mais, a banda Rammstein em sua canção “Deutschland”, que apresenta uma dura denuncia ao passado sombrio da Alemanha, fez um trocadilho com esse trecho, onde eles dizem “Deutschland, Deutschland über allen” (e não alles!), ficando mais próximo ao lema do Bolsonaro, “Brasil acima de tud
Por que tem havido tantos indivíduos e grupos ligados a Bolsonaro que usam símbolos da estética nazista e supremacista branca (e.g. discurso de Alvim inspirado em Goebbels, copos de leite, tochas e máscaras de filme de terror, etc.)? Coincidência?
A coisa do copo de leite é bastante improvável, as outras sim permitem uma associação mais fácil. Mas para o caso do bolsonarismo, eles são totalmente explícitos, são um livro sem segredos. Olhar para mensagens segredos para acusar, nestas circunstancias, é como procurar as impressões digitais tendo a confissão do assassino. Por isso não me vou a ocupar de interpretar o já interpretado tantas vezes.
Não lhes é necessário usar palavras-chave ou símbolos para ocultar nada; quando se usam eles têm um valor estético de provocação e comunidade interna. Pelo menos nas nossas sociedades todo aquilo que seja críptico, produz mais escândalo que aquilo direto porque se presume algum tipo de falha.
E por que provocar escândalo? E por que fazê-lo adotando a posição explícita do mal? O mal tem um apelo estético. O vemos em muitos filmes sobre "anti-heróis" e vilões ou em videogames, ou com os músicos gângsteres, mas isso tem muita mais história. O fascismo se baseava numa estética glamorosa da violência, o futurismo. Os romances de delinquentes e piratas, as baladas populares sobre criminais, as tragédias, são artefatos artísticos que exploram essas possibilidades. É o mesmo que a lei e as convenções sejam quebradas pela sua negação ou pela sua aparentemente excessiva afirmação, o importante do anti-herói é que ele se desvia do comum da sociedade e se supõe assim numa posição de superioridade intelectual ou corporal.
Então, por que hão tantos indivíduos como os da pergunta? Porque estão atraídos por essa estética em circulação e provavelmente podem compatibilizá-la com seus interesses materiais.
Por que tomar copos e garrafas de leite virou uma espécie de símbolo de pertencimento para grupos racistas da extrema direita nos EUA e Europa? Isso já chegou no Brasil também?
Isso vem da já secular tentativa desonesta de indivíduos e grupos racistas se apropriarem de ciências legítimas e importantes para lhes dar um verniz, mesmo que finíssimo, de fundamentação intelectual sólida e suposta objetividade (se você já encontrou um supremacista/etnocentrista de algum tipo na internet, sabe que todos eles têm convicção de que eles é que são objetivos e interessados tão somente em revelar e propagar a "verdade ocultada" por um conluio com interesses escusos e que envolve cientistas, governos, intelectuais, mídias e o escambau).
Desde fins do século XVIII, e em especial durante o século XIX, com a ascensão das ciências biológicas e sociais modernas e, como uma distorção destas, do darwinismo social, começou-se a perceber que havia ligações ancestrais bem fortes entre idiomas falados da Irlanda até Bangladesh. Percebeu-se também que havia alguns traços culturais em comum entre várias civilizações do presente e do passado, tendo como "núcleo" a Europa e suas imediações. Conclusão em uma época de enorme dominância europeia e racismo ainda inconteste? Ora, aquilo tudo só podia ser sinal de que os brancos eram os responsáveis por toda a civilização, descendentes de uma raça ancestral quase predestinada a conquistar, expandir-se e civilizar.
Pesquisas ao longo do século XX e do século XXI confirmaram parte das hipóteses feitas anteriormente, com ou sem conotações raciais, e rechaçaram uma outra vasta parte das presunções furadas propostas por aquela visão simplista e racialista da História antiga (Grécia e Egito fundados por "nórdicos"? Europeus descendentes de uma antiga raça à parte, sem conexão com aquele pessoal "moreno" do Oriente Médio? Guerreiros europeus de olhos azuis e cabelos loiros levando a civilização avançada a alhures montados sobre cavalos? Tudo balela total).
No entanto, um último "premiozinho de consolação" sobrou para os supremacistas brancos do século XXI: de fato, as semelhanças entre centenas de línguas indo-europeias, da Europa ao Sul Asiático, eram os sinais de grandes migrações e invasões que ocorreram ao longo de milênios e tiveram sua origem primordial mais provável em algum ponto nas estepes das atuais Rússia e Ucrânia, onde viviam povos pastoris seminômades (nenhuma civilização de cair o queixo, podem esquecer isto) que foram dos primeiros a domesticar o cavalo (mas não os primeiros).
E ocorre que também foram essas ondas de migrações de mais ou menos 4.000 a 6.500 anos atrás que mais contribuíram para difundir a mutação genética da tolerância plena à lactose, que permite que pessoas continuem digerindo a lactose e nutrindo-se dela (é claro que é uma mutação especialmente favorável para um povo que vivia essencialmente da pecuária; sinais disso ainda estão na nossa língua portuguesa, onde "pecúnia", palavra que vem da raiz indo-europeia para "gado", significa dinheiro, e também na língua inglesa, onde "fee" vem da palavra que um dia significara "gado, rebanho").
ACIMA: mapa da proporção de pessoas com tolerância à lactose no Velho Mundo.
Aí está a verdadeira razão pela qual beber de uma só vez fartos goles de leite se tornou um símbolo de reafirmação da distinção entre raças e da superioridade da suposta raça branca sobre quaisquer outras, aos olhos dos supremacistas brancos da extrema direita: ao beber leite, estão fazendo referência um traço genético favorável que é encontrado principalmente em pessoas de origem europeia, mas é mais do que isso, pois estão também fazendo uma conexão indireta com a versão enviesada da História que eles veem por trás da expansão dessa mutação genética, uma narrativa simplória de conquista, expansionismo, triunfos violentos e dominação social e cultural dos supostos indo-europeus (que alguns no passado chamavam de "arianos", apropriando-se do termo indo-iraniano para seus clãs e/ou tribos) sobre os povos não brancos postos sob seu jugo.
Transformaram os proto-indo-europeus em uma espécie de Conan, o Bárbaro, que é provavelmente o que eles, na sua maioria pessoas frustradas e fracassadas, adorariam ser. Não se trata só de uma afirmação de que os "brancos são diferentes", o leite representa aí uma ideia de que eles há milênios e também no presente e no futuro foram feitos para vencer, mandar, subjugar e exterminar.
O que é bizarro nisso tudo, como se não bastasse toda a imoralidade e a distorção do conhecimento científico, é que o que eles fazem é um desserviço para si próprios, pois a verdade é que todos (repito, todos) os povos europeus têm mais da metade de seu DNA derivado dos povos pré-indo-europeus que foram absorvidos pelos pastoralistas indo-europeus. Contudo, esperar coerência das conclusões dessa gente sobre evidências científicas seria uma ingenuidade: não há interesse genuíno em História ali, as descobertas das ciências são apenas armas numa guerra ideológica.
Por que alguns manifestantes Bolsonaristas estavam utilizando bandeiras com símbolo neonazista no protesto? Há alguma relação entre os grupos?
É ABSURDA e ESCABROSA a ignorância e a tentativa dessa nossa mídia corrupta (e que já, há tempos, perdeu a credibilidade) em tentar associar o movimento e símbolos usados com caracteres neonazistas.
Esse símbolo e essa bandeira foram usados desde o século XVI (ou seja, muuuuuuito antes do nazismo aparecer) pelos cossacos ucranianos nas lutas contra invasores estrangeiros, e por isso durante o século passado e no começo do século XXI virou o símbolo de luta dos ucranianos contra ocupação, chovinismo e imperialismo russos.
Sugiro a todos que vejam a resposta dada pela embaixada da Ucrania o Brasil à infeliz reportagem:
Бразилія - Carta da Embaixada da Ucrânia no Brasil ao Diretor de Redação da Veja
Lamentável essa nossa imprensa brasileira…..estão perdendo uma oportunidade única de ajudar a esclarecer a população e disseminar o conhecimento.
Quando vocês vão aprender, hein!?!?
O que você acha da suspeita de que manifestantes da extrema direita pró-Bolsonaro, em SC, estavam fazendo gestos de saudação nazista/fascista? Era realmente um simples juramento à bandeira como alegam?
não entendi porque "nazista/fascista". até porque o fascismo não tem gesto de saudação oficial, e fascismo é bem diferente que nazismo, colocar eles juntos na pergunta seria como juntar o PSOL com o PSDB e falar que são a mesma ideologia.
Eu penso que a maioria destes manifestantes não tinha tanta noção do que estavam fazendo e este gesto é bem confundido com aquele de saudação à bandeira
Claro que são diferente, mas qualquer um confundiria, muito porque, quando algum levante um pouco a mão, os demais também o fazem achando que aquela é a forma correta.
Se aqueles manifestantes realmente tivessem
Por que, as vezes, misturam a ideologia de Bolsonaro com o nazismo?
Por dois motivos:
por ser conveniente pintar seus opositores políticos como "nazistas", "fascistas", "radicais de extrema-direita" etc
….e porquê, muito provavelmente, realmente devem existir pessoas que apoiam Bolsonaro/o bolsonarismo e que são partidárias dessas merdas (fascismo, nazismo), embora imagino que uma fração insignificante.
…..o que é irônico já que, não raro, as pessoas que acusam os outros de serem "nazistas", "fascistas", "radicais de extrema-direita" etc etc são abertamente comunistas/socialistas e radicais de extrema-esquerda, e defendem abertamente a perseguição/prisão/extermínio de opositores/dissidentes e "inimigos da revolução" (empresários, "burgueses", "classe média", "direitistas" etc etc) '-'
Por que eles falam que o lema do Bolsonaro "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" é um lema nazista?
Existem duas possibilidades:
Ou são pessoas burras que querem pagar de fluentes em alemão, mesmo s saber;
ou são pessoas manipuladoras que se aproveitam do fato das pessoas não falarem alemão para espalhar mentira e desinformação.
Deutschland, Deutschland über alles
Über alles in der Welt
🇩🇪 Hino Nacional da Alemanha.
Vamos lá, esse trecho do hino foi banido por uma suposta associação ao nazismo. Na realidade o hino é mais antigo que isso, na época do Império Alemão, mas o trauma que os alemães tem do nazismo é tanto que qualquer referência ao patriotismo alemão (e também ao império, que era muito patriota) foi sumariamente banido.
O trecho é “Deutschland über alles” (atenção na palavra em negrito), cuja tradução é “Alemanha acima de todos”. Esse foi usado pelo projeto de poder global de Hitler, infelizmente. Alemanha sobre todos, subjulgando, dominando todos.
A frase do Bolsonaro é "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Isso em alemã ficaria algo como “Brasilien über allen, Gott über alles”. Ou seja, o Brasil, a nação brasileira, é importante acima de tudo, inclusive é algo comum usar o termo “acima de tudo” para expressar prioridade e extrema importância.
E Deus acima de todos é meramente uma expressão do que a fé dele representa, pois Deus, segundo o cristianismo, é o supremo criador do universo, logo, naturalmente está acima de todos. Ninguém é obrigado a aceitar isso, apenas mostra que a soberania de Deus é (ou pelos menos deveria ter sido 😡) a motivação para o plano de governo de Bolsonaro (é, mentira em campanha eleitoral é f*da mesmo… 🙄).
Além do mais, a banda Rammstein em sua canção “Deutschland”, que apresenta uma dura denuncia ao passado sombrio da Alemanha, fez um trocadilho com esse trecho, onde eles dizem “Deutschland, Deutschland über allen” (e não alles!), ficando mais próximo ao lema do Bolsonaro, “Brasil acima de tudo”.
Para resumir:
Alemanha acima todos (alles): a Alemanha é soberana sobre o mundo.
Alemanha acima de tudo (allen): a Alemanha é mais importante.
Deus acima de todos (alles): Deus é soberana sobre o mundo.
Brasil acima de tudo (allen): o Brasil é mais importante.
Agora para finalizar, algumas observações:
Não estou defendendo o Boslonaro, quero mais é que ele se f*da! Estou defendendo o lema em si, que diz mais sobre a direita brasileira (patriotismo e cristianismo) do que sobre a mula que usou isso pra se elejer. Estou defendendo também a interpretação correta das frases segunda à gramática alemã.
Antes de correr para o Google Tradutor e querendo “provar” que eu estou deturpando a letra do Rammstein…