VAMOS COLOCAR AS MÃOS NA MASSA!

 

A criança, em sábia inocência, diz: “a esperança é verde, voa e caminha devagar”. Por analogia, pode-se afirmar que o brasileiro voa, em pensamento, com a verde esperança de um futuro menos conturbado que chegará a passos lentos!

O que fazer para reverter essa situação?

Os otimistas têm esperança na igualdade entre os homens, em oportunidades de trabalho para todos, na paz mundial.  Enfim, acreditam  num futuro repleto de felicidade, porém os braços permanecem cruzados. 

Os pessimistas, no entanto, torcem por um amanhã melhor, embora não acreditem nessa possibilidade. Eles vislumbram maior desigualdade social, mais violência, injustiça exacerbada, negligência crescente do poder público, ou seja,  pregam o velho ditado: “eu era feliz e não sabia!”. 

O realismo otimista, por fim, é o posicionamento do meio de campo. A situação atual do povo brasileiro não é a ideal, porém  há projetos sendo executados para mudanças a médio e longo prazo. São cidadãos que colocam as mãos na massa, pois acreditam em seu potencial e do País. Se cada brasileiro tem fé e vontade de mudanças, poderá alterar o quadro caótico que estamos vivendo. Somos um povo ordeiro e queremos ajudar, mas, geralmente,  não sabemos por onde começar.

            A educação, claro, é o início de tudo! Mas, educar necessita de atitude,  conhecimento e tempo. A atitude surge com a vontade de fazer e a demonstração no agir; o conhecimento é um leque aberto, em que a prática, muitas vezes, instrui mais que a palavra; e o tempo se administra, pois a  educação doméstica, escolar, espiritual  e profissional são primordiais.

A esperança se concretiza com atos simples como, por exemplo, fazer trabalhos voluntários em comunidades carentes. Outra maneira  é,  periodicamente,  arrumar os armários e doar livros e roupas, dentre outros objetos, que serão mais bem aproveitados  em instituições necessitadas. São atitudes  singulares, sem custos adicionais, porém modificadoras. Em outras palavras: vamos sair do casulo!  Precisamos enxergar além do nosso mundinho; sair desse universo tão particular, que chamamos de ‘nossa casa’. A frase mais adequada é “vamos descruzar os braços e colocar as mãos na massa”.

Parece, no primeiro momento, que esse tipo de atitude seja insuficiente para a transformação de nosso País. No entanto,  assimilamos o que nos é apresentado... Não há como exigir a consciência das pessoas sobre a importância da cultura, se elas não têm acesso a programas de qualidade na tv, o teatro não vai as ruas  e os bons livros não chegam às escolas da periferia! 

Como fazer escolhas se não há opções? Nesse momento, agir vale mais do que intelectualizar. É  praticando que  se   aprende  a  ensinar  e  dar   exemplos.  Os(as) caras pintadas de outrora, poderão ser os braços erguidos para a luta humanitária. Transmitir experiências por mais simples que pareça, já vale à pena!   E a famosa ação das formiguinhas...

O trabalho humanitário não auxilia a outrem, mas a nós mesmos, pois reduz ansiedade, insônia e alivia a mente. As tarefas voluntárias   proporcionam     bem-estar físico e mental, preenchendo o vazio causado pela angústia e pensamentos ruins.  O ‘quase nada’ para nós é o ‘quase tudo’ para terceiros carentes.  Carentes de esperança, atenção e oportunidades. 

A  esperança  no  futuro, portanto, surge   tímida   em tons  esverdeadossorriso aguado e  passos  desequilibrados. Vagarosamente se  transforma: consola, traz o sonho e com ele  embola!  Suspira  por  inovações,   faz  os  desamores   se reencontrarem   e   as   mudanças,   aos  poucos,  alcançarem.  Há   esperança   num   dialogar    acima     do    guerrear  e  em explosões   só  de  alegrias.  Juridicamente, espera-se  que - efetivamente -  “os iguais  sejam  tratados  igualmente e os desiguais desigualmente”. Por fim,   os  brasileiros   merecem caminhos iluminados de compreensão, reciprocidade e muita dedicação.

             Vamos  caminhar  livremente  nas  ruas, reduzindo as diferenças   e  aumentando  a  solidariedade. Cada um de nós deve enxergar  que o pouco realizado é o muito aproveitado.  A  hora  é  de refletir e, acima de tudo, agir!

 
07.01.2008