Estrangeirismos

Ganha espaços no Congresso nacional o corpo de uma lei que, no resguardo da língua nacional, proíbe a utilização e veiculação de palavras estrangeiras, para as quais haja um sucedâneo em português. É uma vergonha o jeito que usam palavras estrangeiras, quando temos similares em nossa língua. De fato é inadmissível esse modismo de usar palavras estrangeiras, especialmente do inglês, em todas as circunstâncias da vida social e cultural do Brasil.

Na Europa, especialmente na França são proibidas palavras estrangeiras em placas de trânsitos, painéis de lojas, etc.. Até a computação adotou le logiciel, la sourire e l’ordinateur em substituição ao system, mouse, e personal computer, tão ao gosto dos nerds tupiniquins.

Há muitos anos conheci uma “patricinha”, aqui em Porto Alegre, que convidava as amigas para tomar uma “banana splait” nas Americanas. Hoje os cheese, milk-shakes, cakes e ice-cream poderiam ser designados por palavras em português.

Recordo que em minha formação escolar, os professores combatiam, isso há mais de quarenta anos atrás, o emprego dos galicismos, tão usuais naquela época. Por galicismo entende-se o uso pedante de palavras francesas ou afrancesadas, para dar estilo ou sofisticação a um escrito ou discurso.

Havia também a tentação dos latinismos, o uso de palavras e expressões latinas, fato este hoje mais afeito do juridiquês. Atualmente a moda é usar palavras inglesas, egressas do cinema, da informática, da tecnologia industrial e da administração. Com a nova lei, se ela vingar, ficarão banidas expressões como release, feedback, file, delete, mother-board, free-way, feeling, pay-per-view, coffee-break, pit-stop, entre outras.

A informática cabocla, cedendo ao impulso do pedantismo, só usa expressões em inglês, quando poderia tê-las em nossa língua. Há dias, num congresso, escutei o conferenciasta dizer que recebeu um paper (papel, bilhete) da platéria, com um pergunta. Ora, vá ser pedante assim lá diante!

Alguns especialistas da área comercial gostariam que fossem mantidas marketing e banking, pois são expressões que sozinhas denotam um conceito, e para definir seu sentido seriam necessárias umas dez palavras. Até pode!

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 15/01/2008
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