“PARA ALÉM DA ESCRITURAS!”
O tema acima não é meu, foi de um evento evangélico promovido por uma determinada igreja tornando-se tema desse meu artigo que começo fazendo uma pergunta: como alguém faz um evento com essa temática? O que pode ter para além das escrituras, se ela é a última revelação de Deus, aos homens? É o misticismo, a psicologia, as práticas holísticas; heresias e invencionices com o fito de arrancar dinheiro de uma multidão de incautos? Talvez tenha sido apenas inocência ou falta de conhecimento teológico. Quero crer nesse último ponto.
Meu Pensamento é que não pode e não deve existir nada ou para além da escritura sagradas. Ela é a palavra inspirada de Deus e a regra básica da nossa fé. Além disso, a primeira regra da hermenêutica é: "a bíblia interpreta a própria bíblia" logo, não se pode dar a ela qualquer outra ou, particular elucidação. Qualquer coisa feita ou dita além do que ela diz, será heresia, é o que Paulo escreve a Tito em sua epístola aos próprio, capítulo primeiro, versos dez e onze. No capítulo todo, Paulo elenca três características dos hereges: a)Sua atitude: insubordinados contra a autoridade. b) Sua atividade: palradores frívolos, cabeças vazia com discursos vãos. c) Sua ambição: enganadores. Vigaristas em matéria de religião.
O apóstolo Paulo já combatia as filosofias como epicurismo, estoicismo e, no versículo quatorze, fábula judaicas, que sugere uma mistura de judaísmo e gnosticismo. Hoje, em nosso tempo, estamos vendo de forma latente muito destas filosofias, imbuidas no evangelho brasileiro, a exemplo desse tema e de tantos outros por aí.
Precisamos voltar ao antigo evangelho de Jesus pregado, ensinado e sustentado pelos pais da igreja. Paulo usa a expressão: “é preciso fazê-lo calar” uma expressão forte, segundo Sheed, “usada no sentido de amordaçar cães”.
Minha preocupação tem em um ponto importante, especialmente em tempos em que diversas correntes teológicas e filosóficas parecem desviar-se do evangelho puro e simples. Quando o tema "para além das escrituras" surge, é compreensível que cause inquietação ao menos em alguém, pois a Bíblia é, de fato, considerada a revelação final e completa de Deus, e qualquer tentativa de acrescentar ou re-interpretar de forma subjetiva pode ser vista como um risco para a integridade da fé cristã.
O "misticismo", "gnosticismo" e outras filosofias que Paulo combateu na sua época, e que têm ressurgido em várias formas no cenário contemporâneo, são de fato tentativas de ir além do que a Escritura apresenta como suficiente para a salvação e vida cristã. Esses movimentos, muitas vezes, apelam a uma espiritualidade esotérica ou a interpretações particulares que não encontram respaldo bíblico.
A questão levantada por mim, aqui, sobre a auto interpretação da Bíblia é uma tradição defendida dentro do protestantismo, especialmente de fé reformada que sustenta a ideia da "Sola Scriptura". Isso implica que a Escritura é a autoridade suprema em matéria de fé e prática, e qualquer tentativa de adicionar revelações extras ou ensinamentos que não estejam alinhados com o que foi claramente revelado é, como dito acima, heresia.
Então, pergunto novamente, o que pode estar "para além das escrituras" em eventos com essa temática? Com certeza será uma tentativa de re-interpretação do que já foi revelado, o que pode ser perigoso se não houver um firme alicerce na doutrina bíblica. Certamente o holismo estará nas entrelinhas das prédicas.
É importante que as igrejas e líderes estejam atentos a essas distorções e busquem, como as mencionadas aqui, para retornarmos ao evangelho puro e simples pregado por Jesus e sustentado pelos pais da igreja.
É preciso promover um retorno às Escrituras e um entendimento correto delas. Isso, é, sem dúvida, uma necessidade urgente em tempos de tantas influências externas e heresias que se infiltram no meio cristão.
Que Deus tenha misericórdia de Sua igreja, amém!