Sobre a diferença entre pseudociências "do bem" e a filosofia

Uma pseudociência "do bem" ou "de esquerda" é uma categoria de pseudociência que eu identifiquei e determinei, de falsificação específica da prática científica em que ocorre o estabelecimento de um código moral, do que se considera certo ou errado, ao invés de, antes, priorizar a busca pelo conhecimento, do que é verdadeiro ou falso. E por isso também pode ser considerada uma pseudofilosofia, por estabelecer uma moralização, como também faz a filosofia, mas invertendo a ordem mais ideal da sabedoria e, portanto, da justiça, ao impor uma moralidade antes de buscar por uma análise imparcial e objetiva ou racional dos fatos, de ponderação no pensamento e no julgamento. Em outras palavras, impõe-se o certo e o errado sem ser estritamente com base no que é verdadeiro ou falso. Tal como, por exemplo, de se fazer uma afirmação sem evidência tratando-a como uma verdade absoluta ou desprezando a necessidade de confirmá-la se por meios empíricos ou por verificação comparativa entre o que se afirma e sobre o que se afirma. O certo e o errado impostos, sem evidência ou análise racional, como verdadeiro e falso. Então, a filosofia também visa estabelecer uma moralidade ou construir uma consciência crítica sobre o que se pensa e o que se faz. A diferença em relação à pseudociência do bem é que essa moralização só acontece a partir de uma análise racional.

Nesse sentido, as pseudociências do bem pouco se diferem das religiões tradicionais, por ambas se basearem nessa inversão da prática mais ideal da filosofia. Uma das únicas grandes diferenças entre elas, como já postulei em outros textos, é que as religiões tradicionais expressam um anti intelectualismo, uma crença a partir da fé ou suspensão do pensamento lógico-racional, enquanto que as ideologias políticas, especialmente as de esquerda, e que também podem ser categorizadas como pseudociências (que eu ainda acrescentei o complemento sarcástico "do bem"), expressam um pseudo intelectualismo, basicamente o mesmo que o anti intelectualismo, só que visando se passar como ciência ou filosofia, como uma espécie de falsificação da razão, não necessariamente como uma negação explícita da mesma.