Das minhas besteiras e das dos gênios da humanidade.
A vida nos dá muitas lições de vida - jamais escrevi uma frase tão lapidar! Só um gênio seria capaz de concebê-la.
Para se conhecer um assunto que me desperta o interesse tenho, por obrigação, e dever intelectual, de ler trezentos mil livros escritos pelos maiores doutores e mestres do assunto?! Não posso ponderar a respeito do assunto, pensar e repensar os meus pensamentos, moê-los e remoê-los, considerá-los e reconsiderá-los durante o tempo que entender imprescindível para compreendê-lo, independentemente do que dele disseram e escreveram os maiores gênios - ou ditos gênios (gênios, mesmo?!) - que a humanidade já conheceu?! Ora, não conheço nenhum assunto, nem unzinho só, que não tenha recebido dos gênios geniais tratamentos distintos, do qual disseram uns o oposto do que outros disseram. Que confusão dos infernos! Uma Babel! Os intelectuais não se entendem! Jamais se entenderam; e jamais se entenderão. Se um dos gênios da humanidade, ao observar um fenômeno, disse “A”, e outro deles disse o oposto de “A”, então qual deles é o gênio - , e qual o tolo?! Se ambos são gênios, e, porque gênios, dizem coisas geniais, então ambos disseram coisas geniais, mesmo que um deles tenha dito o oposto do que o outro disse, certo?! Errado. Ou um deles disse uma rematada besteira, ou ambos disseram besteira - e é improvável que ambos tenham dito algo genial.
Após pensar e repensar o que vai escrito nas linhas anteriores, concluo: Sempre que eu estiver a pensar um assunto, penso-o, e sem me preocupar em saber o que os maiores gênios da humanidade pensaram, disseram e escreveram a respeito, até chegar a uma conclusão, caso a uma eu chegue, e só depois, se confuso, perdido em meus pensamentos, e sem me decidir se o que pensei tem um sentido que valha, consultarei um dos gênios que admiro, não para encontrar nos escritos dele uma resposta, a correta, a que procuro, resposta que talvez ele não tenha, mas para saber se estou a pensar, e pensar bem, mesmo que o que eu pense seja pura besteira, pois prefiro mil vezes pensar, e falar, e escrever as minhas besteiras do que ecoar as besteiras que os maiores gênios da humanidade pensaram, disseram e escreveram.