PL DO ABORTO – ESTUPRO POLÍTICO, COM VIÉS RELIGIOSO

 

Nesta última quarta-feira, 12/06, a Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência o PL do aborto.

Neste Projeto de Lei aprovaram, sem necessariamente passar pelas comissões, um texto em que equiparam o crime de aborto, depois de 22 semanas de gravidez, ao crime de homicídio.  Com uma agravante, mesmo nos casos em que a gravidez seja resultante de estupro.

Inclusive, pasmem, se fala em uma pena maior para vítima (a mulher estuprada), em relação a pena do estuprador. 

O aborto é considerado crime no Brasil, mas existem três situações em que ele é permitido (Legal), como os casos de:  -- Anencefalia fetal, ou seja, por má formação do cérebro do feto. – Gravidez que coloca em risco a vida da gestante. – E gravidez resultante de estupro.

Vale lembrar que esta lei brasileira não prevê um limite máximo de tempo para interromper a gravidez de forma legal.

Nesse PL de urgência sobre o aborto, as maiores prejudicadas serão as vítimas de violência sexual, principalmente, as meninas menores de idade que enfrentam uma maior vulnerabilidade social.  Manifestações recentes dão bem a tônica desse absurdo: “Criança não é mãe! Estuprador não é pai!!”

Diante de todas as repercussões negativas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, resolveu segurar a votação do mérito desse projeto.

Em manifestações anteriores as mulheres já protestavam de outras formas: “O estado é laico, meu útero também” – “Fora do meu corpo políticos” – “Tudo pelo aborto legal e seguro” – “Tirem seus rosários de meus ovários”.

O machismo está tão enraizado na nossa sociedade, que eles acabam tentando ditar regras para as mulheres de todas as maneiras possíveis, não é senhores políticos? E elas prontamente já responderam: “Homem não engravida!”

Infelizmente, o machismo não é uma prerrogativa masculina.

Ao longo dos últimos anos passamos a conviver com um aumento significativo de grupos religiosos metidos na política, tentando impor um modelo de sociedade que seja reflexo de suas crenças, por trás de um falso moralismo religioso.

Esse tema por ser muitíssimo delicado deveria ser discutido com as mulheres à frente de todas essas discussões.  Não cabe ao Estado dizer a elas o que devem fazer, principalmente, por não ter políticas públicas adequadas para um tema como este tão delicado.

É imperioso que mostremos toda nossa indignação, apoiando e tentando fortalecer os direitos das mulheres conquistados a duras penas ao longo dos últimos anos.

Não dá para ficar indiferente. Manifeste-se, mostre toda a sua indignação. Precisamos dar um basta a todo tipo de violência contra a mulher.