Antijudaísmo e preconceito. Por Meraldo Zisman

Apesar dos avanços sociais e culturais da pós-modernidade, o antijudaísmo permanece como uma forma persistente e insidiosa de preconceito. Reprimir esse preconceito é essencial para construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e igualitária. Para entender o antijudaísmo na pós-modernidade, é importante diferenciar entre cultura e pós-cultura. A cultura refere-se aos valores, crenças, práticas e artefatos compartilhados por um grupo e transmitidos de geração em geração, constituindo a base do desenvolvimento e reconhecimento das sociedades. A pós-cultura, característica da pós-modernidade, reflete uma era onde as fronteiras culturais se tornam mais fluidas e menos definidas, devido à globalização e à tecnologia, resultando em uma paisagem cultural mais complexa e diversificada.

O antijudaísmo, ódio específico direcionado aos judeus, não desapareceu com o tempo. Pelo contrário, adapta-se e manifesta-se de novas maneiras, utilizando tecnologias modernas e redes sociais para proliferar. Isso demonstra que, mesmo em uma era que supostamente é de esclarecimento e tolerância, preconceitos antigos ainda encontram terreno fértil.

Na pós-modernidade, onde a pós-cultura reina, o antijudaísmo utiliza a fragmentação e a rápida disseminação de informações para manter e espalhar preconceitos. Reprimir o preconceito na pós-modernidade, incluindo o antijudaísmo, deve ser uma prioridade. Isso envolve não apenas a criação de leis e políticas que penalizem o discurso de ódio, mas também a educação e a conscientização sobre a história e os impactos causados pelo antijudaísmo.

É fundamental promover uma cultura de respeito e compreensão, onde a diversidade seja celebrada e protegida. Programas educativos que ensinam sobre o Holocausto, a história dos judeus e suas contribuições para a sociedade são essenciais. Além disso, é necessário desenvolver habilidades críticas nos indivíduos para reconhecer e combater discursos de ódio e preconceitos. O antijudaísmo na pós-modernidade representa uma categoria persistente de preconceito repressivo. Combater esse fenômeno exige esforços contínuos e multifacetados, envolvendo legislação, educação e promoção de uma cultura de inclusão. Somente assim podemos avançar rumo a uma sociedade verdadeiramente justa e equitativa.

Embora a pós-modernidade traga uma promessa de progresso e compreensão, a realidade do antijudaísmo evidencia que ainda há muito a ser feito. A persistência desse preconceito nos desafia a redobrar nossos esforços na promoção da tolerância e no combate a todas as formas de discriminação. A luta contra o antijudaísmo é uma luta contra a intolerância em sua essência, exigindo a participação de todos os componentes da sociedade, sejam formuladores de políticas, educadores ou cidadãos comuns. Somente através de um esforço coletivo e sustentado podemos esperar erradicar as formas insidiosas de preconceito e construir um futuro onde todas as pessoas, independentemente de sua origem ou crença, possam viver com dignidade e respeito.

Portanto, a repressão ao antijudaísmo na pós-modernidade não é apenas uma necessidade moral, mas uma responsabilidade coletiva que devemos assumir com determinação e compromisso contínuo. É vital distinguir entre críticas legítimas a políticas de um governo e a perpetuação de estereótipos e ódios ancestrais contra o povo judeu. Se alguém considerar que isso é exagero, basta observar a posição mundial contra o Estado de Israel e os movimentos anti Israel em seu combate ao terrorismo do Hamas.

A condenação e as críticas dirigidas ao Estado de Israel muitas vezes ultrapassam a questão política, assumindo uma dimensão que frequentemente mascara preconceitos antijudaicos.