LÁGRIMAS DA INUNDAÇÃO..OS GUERREIROS DO SUL...🌧🌈 ☂️ 🌧 🌦 🌈
LÁGRIMAS DA INUNDAÇÃO. ☁️ 🌧 🌦
Oh! Chuvas torrenciais
Que não dão tréguas
Lavam,
Levam tudo,
Deixam rastros de destruição
De dor...
As almas,
Encharcadas,
Também choram.
Transbordam suas lágrimas
De aflição...
Ali existiam vidas,
Sonhos e desejos.
De repente,
As águas arrastam,
Todas as suas memórias.
Diante do caos,
Ainda restam
Gotas de esperança,
E de luz.
E a poesia ainda há de falar
Nas ruínas,
No silêncio das águas,
E das palavras.
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Ser afetado por grandes tragédias e desastres ambientais como as enchentes que estamos presenciando no Sul do País, nos remete a uma condição de luto, mesmo não tendo perdido diretamente um ente querido, pois envolve muitas perdas, não apenas de ordem material , mas impacta na perda das nossas próprias referências.
As famílias perderam não apenas as suas casas, mas a própria identidade quando as águas carregaram tudo que lhes pertenciam, principalmente as suas necessidades primordiais, como segurança , bem estar, seu aconchego e até a própria dignidade.
Quando perdemos as nossas casas, símbolo do nosso refúgio e do nosso abrigo, lugar onde convivemos com as nossas famílias e nos protegemos, se perde também outros referenciais; o contato com as pessoas do bairro, as casas dos parentes, vizinhos, os amigos, todo esse vínculo e essa rede de suporte, de repente é
rompido . E os lugares de encontro, de conversas, de passeios, de caminhada... as águas levaram tudo. E agora avista-se apenas um cenário de destruição onde tudo está submerso...
Viver esse luto simbólico é muito difícil , é como se tivesse terminado um ciclo inesperado, onde as pessoas, de repente, já não se identificam mais com a vida que levavam e precisam refazer, reconstruir, e sem saber como fazer isso e como recomeçar diante do caos da destruição e do desamparo.
É um cenário a princípio muito assustador, sendo que muitos estão sem seus familiares, é se sentir muito sozinho, perdido, sem proteção, sem saber que caminho seguir. É bastante angustiante esse sentimento de abandono, sem ter um norte, sem ter perspectivas , sem saber o que fazer depois de tudo destruído.
Mas por onde começar, se nada sobrou apenas a roupa do corpo?
Não têm como mensurar tanto sofrimento, tanta dor, as pessoas sofrem impactos psicológicos profundos, pois diante dessa imprevisibilidade surgem sentimentos de medo, insegurança, de impotência, de pânico, etc. Mais ainda conviver com a possibilidade de novos alagamentos é viver sob constante domínio do medo, de tensão e stress.
Passado esse período crítico muitos ainda vão conviver com as sequelas e seus sintomas pois as memórias traumáticas podem voltar, trazendo as lembranças novamente desses eventos.
As formas de lidar com as perdas são muito diferentes entre as pessoas. Existem aquelas que possuem a capacidade de enfrentar os eventos traumáticos, resistem emocionalmente, apesar de todo contexto de adversidades e intenso stress. É o que os estudiosos chamam de "resiliência".
Percebemos também como é importante o espírito de solidariedade ; as pessoas, os grupos se mobilizando para ajudarem se mutuamente, essa reação de buscar ou receber ajuda são fundamentais em situações de emergências, principalmente em locais mais vulneráveis.
Nossos reconhecimentos a todas as pessoas, aos profissionais voluntários que estão trabalhando incansavelmente para salvar , resgatar as vítimas , fazendo o que está ao seu alcance, cada qual contribuindo à sua maneira, tentando confortar, diminuir a dor e o sofrimento das pessoas envolvidas!.
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Resiliência é visto como um processo onde o indivíduo consegue superar as adversidades, adaptando-se de forma saudável ao seu contexto.
Em uma situação de risco resiliência é vista como uma oportunidade de superar os próprios limites, construindo uma identidade fortalecida (superação). Logo, a resiliência enquanto modo de superação de situações conflitantes traz consigo a possibilidade da experiência traumática ser elaborada simbolicamente para que, futuramente, sirva como subsídios para novas situações estressantes.
Dos autores Deslandes SF e
Junqueira MFP.
(Caderno Saúde Pública 2003).