A CIA, a tortura e a “democraciaestadunidense

 

 

 

Primeiro foi o escândalo provocado por Chelsea Manning e Julian Assange sobre os assustadores crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão e sobre a conduta cínica da diplomacia estadunidense. Depois, vieram as revelações de Edward Snowden sobre a enorme coleta de informação feita pela NSA. Eles foram tachados de inimigos do Estado, de traidores, e foram ameaçados com a pena de morte. Agora, o governo dos EUA, em uma manobra pré-eleitoral, está expondo a roupa suja hipocritamente, corroborando aquelas revelações e outras depravações ainda maiores do governo.

  

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O relatório do Senado sobre a tortura praticada pela CIA é semelhante à uma novela de Stephen King, à uma transcrição dos julgamentos de Nuremberg ou às descrições de Joseph Mengele sobre Auschwitz. Atrocidades das mais assustadoras foram cometidas em nome do país que protagonizou a Declaração de Independência. Se alguém ainda duvida da podridão degenerada do capitalismo e do imperialismo estadunidense, este relatório coloca isto imediatamente em evidência. Não são “mentiras e propaganda comunistas”, o relatório provém diretamente de fontes primárias.   

 

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Gostamos de citar Gore Vidal: “há somente um partido nos Estados Unidos, o Partido da Propriedade… e tem duas alas de direita: Republicana e Democrata”. Não é nenhum exagero. Desde 1853, os Estados Unidos estiveram governados por um ou outro desses partidos. Em qualquer outro país, esta ditadura poderia ser classificada como tirania. Nos Estados Unidos, passa por democracia e liberdade.

 

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Dizer que os Estados Unidos estão dominados por uma pequena camarilha de famílias e de indivíduos ricos e bem conectados, não é nenhuma teoria da conspiração. Não esqueçamos que Bill Clinton continuou com as sanções e as guerras assassinas de Bush pai; Bush filho continuou com as guerras de Clinton e Obama recolheu o que deixou Bush filho. Seus grandes assessores e equipes se superpõem frequentemente, muitos deles estão em serviço desde as presidências de Nixon e Ford, sem deixar de mencionar a porta giratória constante entre as grandes corporações, Wall Street e os mais altos níveis do governo.   

 

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A política externa é simplesmente uma extensão da política interna. A “legalidade” significa pouco quando os interesses da burguesia e de seu Estado estão em jogo, tanto em casa como no exterior. Como no provérbio do leopardo, um sistema socioeconômico que nos deu as SS de Hitler e a CIA de Bush não pode eliminar suas manchas.   

 

 

Para acabar com o imperialismo, com a guerra, com a tortura e a discriminação, há que se acabar com o capitalismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 17/04/2024
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