Ele já não deveria estar na prisão? ...                     

 

Ele já não deveria estar na prisão?                                      

 

 

ELE JÁ NÃO DEVERIA ESTAR NA PRISÃO?

 

Mauro Cid foi depor na Polícia Federal pela sétima vez.

 

Em resumo, reafirmou o envolvimento de Bolsonaro, assessores e militares no ensaio golpista de 8 de janeiro de 2023.

 

Recorrendo à pergunta do ator Jimmy Kimmel no Oscar:

- Ele já não deveria estar na prisão?

 

Em entrevista, o ex-vice de Bolsonaro, hoje senador Mourão, disse: Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é a “parte mais fraca” nesse processo.

 

É mesmo.

 

Os grandes responsáveis são os generais e demais graduados militares.

 

Que sabiam da encenação golpista. Vários foram consultados, inclusive no Alto Comando.

 

Já Mourão diz que estava isolado na residência da vice-presidência.

 

Que não tinha mais acesso a Bolsonaro desde a escolha de Braga Neto como candidato a vice.

 

E que, portanto, “não sabia de nada”.

 

Traduzindo. Mourão prefere soar como um militar incompetente.

 

Que não sabia do que até os coturnos e quepes sabiam.

 

Mourão diz que só há golpe quando tropas são mobilizadas e atacam.

 

Donde podem brincar de planejar e atiçar à vontade ataques às sedes dos Três Poderes.

 

Como exemplo, Mourão citou uma tentativa de golpe.

 

A de Hugo Chávez contra Carlos Andrés Pérez em 1992.

 

Esqueceu de citar o golpe de militares contra Chávez em 2002.

 

Com um fantoche guindado à presidência por pouco mais de 30 horas.

 

E por isso conhecido como “Pedro Carmona, O Breve”.

 

Breve não foi a ditadura de 1964, que se arrastou por 21 anos.

 

A henna pode dar impressão de que Mourão ainda não havia nascido em 64.

 

Mas não é fato. Ele já caminhava para os 12 anos.

 

Mourão não tocar no golpe militar de 64 é quase uma delação.

 

Entrega o que escondem nas academias militares.

 

Se os de agora não forem punidos, ao menos os cabeças mais óbvios, imaginem que generais, almirantes e brigadeiros terá o Brasil daqui a duas décadas?

 

Mais uma ou duas gerações de militares terão aprendido que vale a pena, como tem sido desde a proclamação da República, seguir no papel de tutores do Brasil.

 

E sempre inimputáveis só eles, os militares.

 

De quando em quando um golpe, ou um ensaio, uma encenação.

 

Na busca do já contado na história real.

 

Poder, negócios, negociatas.

 

Depois anistia e décadas de orgulho nos quartéis e academias, e vergonha temporária nas ruas.

 

Some-se a essa tragédia já secular, outra aliada, já a caminho.

 

A teocracia.

 

A Constituição do Brasil determina que o Estado é laico.

 

Princípio já desconsiderado com crucifixos exibidos em sedes dos Poderes.

 

Tais como no Congresso.

 

E no STF.

Que decidiu não ver como escolha de uma entre tantas vertentes religiosas o Cristo na parede do plenário da Corte.

O coração de um poder público, o Judiciário.

 

Sendo assim, o que podem dizer e fazer quando num comício é feita essa ameaça?

 

Ameaça de claro significado contra a separação entre Estado e religião.

 

Daqui a alguns anos não digam que não sabiam.

 

Como só tardiamente diriam de Bolsonaro.

 

E de militares, juntos, cúmplices no golpismo de extrema-direita.

 

Não finjam, porque será tarde demais, que não entenderam o que sempre foi claríssimo.

 

Desde há décadas, entre outras a ascensão das bancadas BB.

 

Bíblia e bala. Valendo-se do uso de concessões do Estado.

 

Concessões de meios de comunicação de massa. Emissoras de rádio e TV.

 

Concessões de cada um dos governos que se acovardaram.

 

Ao conceder e não fiscalizar, não impedir o uso ilegal dos meios de comunicação de massa para chantagens.

 

Emissoras de rádio e TV que, internet à parte, falam com o país inteiro .

 

Concessões públicas tornadas palanques e púlpitos.

 

Deem uma zapeada nas TVs abertas e rádios.

 

É um escândalo. Quando não são comerciantes da fé, são cafetões da violência faturando em nome do combate à violência.

 

Sim, há exceções. Mas nada mais do que isso. Exceções.

 

Disso têm se alimentado os Centrões.

 

Ajuntamentos que, a cada averiguação, a cada mandato, encontra tanto currículos quanto prontuários.

 

Confiram no site Congresso em Foco.

 

Por isso a chantagem inevitável a cada presidente.

 

Seja quem for.

 

Por isso tamanho assalto aos cofres públicos, como assistimos há pouco.

 

Com R$ 53,9 bilhões torrados num orçamento secreto.

 

Dinheiro público embolsado e quase nada se soube.

 

Por quem e pra quê?

 

Onde estão, estavam os Ministérios Públicos estaduais e o federal?

 

Por que um consórcio de imprensa, como se viu na pandemia, não apurou aquele escândalo, país afora?

 

Por que os Ministérios Públicos ao menos não sortearam para fiscalizar uma obra aqui, outra ali?

 

Por isso, subtração de poderes e chantagem, sete ministérios de Lula, estratégicos como Saúde, Justiça e Integração têm 30% das verbas de aplicação não obrigatória controladas pelo Congresso.

 

A Câmara dos Deputados, por exemplo, presidida pelo notório Arthur Lira, indica um Nicolinha para presidir a Comissão de Educação.

 

Nicolinha que se porta como moleque dado a cafajestadas em plenário.

 

Ou uma certa Carol de Toni para presidir a importantíssima Comissão de Constituição e Justiça.

 

E Alberto Fraga, da bancada da bala, para presidir a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

 

Isso não é folclórico, como soa a princípio.

 

Como há uma década, não foi com Marco Infeliciano.

 

Que então ganhou a Comissão de Direitos Humanos.

 

E dela fez púlpito para discursos da imoralidade holística de Bolsonaro.

 

O que agora se vê sendo reativada é a escalada fascista.

 

E até quando seguirão fingindo que Arthur Lira não é o que é?

 

Entre os verde-amarelos, muitos e muitas fingem querer moralidade, modernidade.

 

É só fingimento.

 

Mesmo quando, tardiamente, ficou claro que votaram em suspeitos por crimes vários, fingiram não saber.

Não enxergar os fatos.

 

Rachadinha, que no Código Penal atende por peculato.

 

Quando expostos milicianos e conexões, fingiram seguir não enxergando.

 

Diante do fato de que acusados - e até um condenado por assassinato - tiveram mãe, filha e mulher empregadas pela família, fingiram desconhecer, não ver.

 

Continuaram mesmo quando souberam.

 

Desvio de milhões em dinheiro público para construir a fortuna da família do Messias escolhido.

 

Afinal, disseram pra si mesmos, política é assim mesmo.

 

O mesmo também entre os dito liberais.

 

E de grandes porções do topo da pirâmide.

 

Não só das classes médias, ou mesmo pobres.

Com medo das sombras, como flagrou a última pesquisa Genial/Quaest.

43% dos que votaram em Bolsonaro no 2º turno de 2022 acreditam que passaram a ter menor importância no Brasil nos últimos 20 anos.

 

Notórios e notórias picaretas se anunciam publicamente de Deus.

De Jesus. Já começam pecando ao usar o Santo Nome em vão.

Ou para ganhar dinheiro.

 

Como os vendilhões que, como reza a Bíblia, Jesus expulsou do Templo.

Quem tem fé e respeita Deus, Jesus, as religiões todas não faz disso comércio escancarado, esse que se enjoa de ver.

Não usa Deus, Jesus ou demais deidades como cabos eleitorais.

Muito menos para arrancar menos ou, se possível, nenhum imposto.

 

Pior ainda quando aliados em instituições onde dezenas, quando não centenas, são suspeitos ou acusados por crimes.

 

Com fortunas que não resistem a uma investigação.

 

Isso se houvesse coragem para tal em toda devida extensão.

 

Não o faz-de-conta...

 

À espera do dia e hora de expor o já exposto...

 

Tantos e tantas fingem ser liberais. Quando vivem do Estado que atacam enquanto mamam.

 

Mas, voltando ao Oscar...

 

Ele já não deveria estar na prisão?

 

O que pensa a respeito, o Messi?


 

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