SAIDINHAS DE PRESOS.
Bem, é provável que em nenhum outro país do mundo tenha um benefício tão polêmico para presidiários chamado "saidinha temporária" como tem aqui no Brasil. Nem mesmo em países mais desenvolvidos isso seja possível. Muito provavelmente porque eles devem entender que pena é para ser cumprida como o próprio nome sugere.
E o que seria isso? A "saidinha" é um benefício concedido de acordo com a lei de execução penal, ao presidiário que apresentar bom comportamento durante o período de confinamento. Para que possa ser beneficiado, ele (a) necessita cumprir (em tese) alguns critérios como, por exemplo, ter cumprido um certo período da pena, não fazer parte de facções criminosas, trabalhar, estudar, não ter se envolvido em brigas, rebeliões e, por aí vai.
Aqui no Brasil, está em discussão no Congresso e depois será encaminhado para o veto, aprovação parcial ou total do presidente da República, um projeto de lei que visa acabar por completo com esse benefício.
De acordo com a proposta, esse benefício é na verdade um grande desserviço para a sociedade e só reforça ainda mais à violência já que muitos presos além de não retornarem ao sistema carcerário, saem e cometem mais crimes.
É fato que o Brasil vive atualmente uma "epidemia" de violência urbana. De norte a sul, leste oeste, praticamente não há uma única região brasileira que não esteja dominada pelo crime organizado. Bandidos de "todos os tipos" e gostos aterrorizam bairros e municípios fazendo da população carente a mais vulnerável.
Já os que são à favor do benefício dizem que isso é necessário para que haja ressocialização dos detentos na sociedade. Geralmente pegam um ou mais casos isolados de "sucesso" em que não houve reincidência criminal dos presos e, divulgam como sendo regra geral tratando com um grande avanço social.
Mas na grande maioria dos casos não é isso que acontece. Os presos voltam a cometer infrações penais. Primeiro porque em um país desigual como o nosso e a desigualdade contribui para a violência (não justifica) não dá para falar em ressocialização sem antes combater minimamente a desigualdade social. "Ah, e isso não é papo de comunista, mas sim de realista." (AQUI A CRÍTICA É SÓ PARA QUEM É CONTRA).
Segundo, que acreditar na falaciosa crença de que o bandido preso por tráfico, assalto, homicídio ou que pertence a alguma facção, após passar algum período na prisão fazendo trabalhos artesanais, costurando bolas e "indo para à escola," etc, voltará um seda para o convívio social, é ingenuidade demais para não dizer burrice. (AQUI A CRÍTICA É SÓ PARA QUEM É À FAVOR).
E terceiro, que grande parte da sociedade não aceita ex-detentos em ambientes de trabalho ou coisas do gênero. Quem daria, por exemplo emprego para um ex detento acusado de tráfico ou para um ex assaltante de banco? Pouquíssimos! Enfim, é necessário muitas outras coisas para que se possa pensar na saidinha temporária. O problema é que no Brasil só se "trabalha" na reativa e nunca na preventiva!
(E AQUI A CRÍTICA É PARA A SOCIEDADE TODA).