SÁDICOS PRAZERES

Por Davi Santos do Amaral – Escrito entre 1994 e 1995.

A nós que aqui chegamos, já não importa mais se os motivos que nos levaram ao uso de drogas foram ou não justos, apenas interessa termos consciência de que o vício só tem destruído a nossa sanidade mental e física quanto a vida social e os sonhos daqueles que nos amam. Sabemos também que dessa maneira jamais resolveremos problema algum, ao contrário, só pioramos aliando diversos outros obstáculos ao precursor, retrospectiva lógica de nossos feitos na busca de paz nos prazeres banais, aliás, sádicos.

Impossível é negar que o sabor das sensações alucinógenas são, de fato, espetaculares, porém, muito maior(es são) as desgraças, as dores, as desilusões, as frustrações que a nós sobrevieram como prêmio pela prática de atos danosos a nossos corpos, castigo justo pelo atentado àquilo que deve ser o Templo do Espírito Santo.

No mundo da dependência, poucos são aqueles que não desejam recuperação. Embora considerando o mal que lhes tem causado e cientes de que a droga exerce domínio efetivo sobre suas mentes, insistem em acreditar que a amanhã será diferente, não mais voltarão ao uso do tóxico. Dura ilusão que renasce no próximo dia após a reincidência e se repete intermitente, adquirindo cada vez mais problemas, enquanto o tempo passa desapercebido, pela união das vontades iguais a de todos os demais.

Particularmente, sei admitir que em várias ocasiões consegui abandonar o uso de drogas por um período até considerável, contudo, sem alimentar o espírito e buscar apoio conjunto daqueles que estavam em situações similares.

De igual forma, nós, aqui, procuramos recuperação, porém, pela união de nossas vontades conseguimos nos manter abstênios, auxiliando-nos mutuamente, apoiados pelo poder Divino, ao contrário do outro grupo citado, pondo em pratica pelo objetivo unânime as teorias de recuperação.

Apenas por esse motivo que nos é proporcionado tinta e pincel para que possamos pintar de agora em diante quadros diferentes daqueles de outrora e passamos a ter vida normal como cidadãos, trabalhando. Porque o trabalho enobrece e dignifica o homem damos o devido valor àquilo que adquirimos pela força das nossas obras, amando ao próximo como a nós também e a Deus sobre todas as coisas, pois que nos criou e nEle abastecemos nossos espíritos e recebemos a energia que nos faz perseverar nas intenções de justa causa.

Que deus ilumine o caminho daqueles que ainda vagam na escuridão sem esperança, sem fé nem amor, também o nosso, para que saibamos distinguir entre o bem e mal, nos dê saúde para vencermos as nossas provações.

Que Deus esteja com todos nós. Amém!

Davi Santos do Amaral

Davi Amaral
Enviado por Davi Amaral em 02/01/2008
Reeditado em 21/01/2008
Código do texto: T799723