LIDERANÇA E GESTÃO: “Dê a Cesar o que é de Cesar”
Um dos grandes desafios dos tempos atuais é a formação de lideranças capazes de conciliar os interesses das Instituições, com o bem-estar e a qualidade de vida dos seus liderados. Isto porque a Instituição, seja ela de qualquer seguimento, público ou privado, precisa ter em mente que, não existe produção sem pessoas, sem equipes, sem seres humanos! E que todos são dotados de diferentes modos de agir e pensar. E o líder de excelência é aquele que tem esta percepção e faz de tudo para que, a sua equipe seja extremamente produtiva, mas dentro de um ambiente salubre, livre de opressão e com respeito às opiniões de todos.
Seria muito fácil, ser um líder há 100 anos atrás, onde a hierarquia já estava determinada pela cultura. Um pai era a autoridade máxima em casa, um chefe era a autoridade máxima dentro de uma empresa, um professor era a autoridade máxima dentro de uma sala de aula. E todos tinham em comum o rigor e o autoritarismo, como ferramentas de liderança. Ou seja, as pessoas os obedeciam, não pelo respeito à pessoa humana, mas pela autoridade do cargo, pela posição que ocupava e pelo medo da repressão. Os líderes do passado viviam em posições confortáveis, pois sabiam que não seriam confrontados, e suas ordens seriam atendidas, sem que fosse levada em consideração, os sacrifícios impostos a toda a equipe, para alcançar estes resultados. Mas hoje em dia, liderar é muito mais do que dar ordens; e as pessoas já não são consideradas somente ferramentas de produção. Pois a cultura, a formação profissional, o acesso a informação e a liberdade de expressão, permitiram que as pessoas pudessem fazer parte do processo, também por suas habilidades intelectuais, com suas ideias e suas experiências. O colaborador, já não é mais o instrumento que gira a engrenagem, ele faz parte desta engrenagem. E quer ser respeitado, como tal, pois este respeito também o motiva a ser um profissional melhor.
Portanto, a sensibilidade de um líder, nos dias atuais, deve ser um atributo essencial para o exercício de uma boa gestão de pessoas. Conhecer bem a equipe, atentar para as habilidades individuais, valorizar ideias e agregar valores a todos os resultados alcançados, são ações que podem fazer toda a diferença na busca por uma boa produtividade; ou um bom atendimento ao público, dentro de uma instituição, pública ou privada. O líder deve incentivar o crescimento constante de sua equipe, buscando sempre capacitá-los, dando-lhes acesso a todos os treinamentos e recursos necessários para executarem suas tarefas. Mas também deve fazer parte deste processo de aprendizado, buscando conhecimento, se aprimorando e sendo exemplo para todos os que o seguem. Liderar pelo exemplo, é sem dúvida, uma das formas mais eficientes de liderança, pois neste modelo de liderança, não é possível deixar margem para quaisquer questionamentos sobre a conduta do líder, quando ele exigir ou simplesmente pedir algo a sua equipe. Porque o líder, já provou pelo exemplo, que é possível fazer.
A liderança precisa ser, acima de tudo, imparcial em suas decisões, quando se trata de atender aos interesses de membros da equipe. Pois todos merecem ser ouvidos em suas necessidades, mas é preciso estar atento, para que uns não sejam mais beneficiados em seus interesses do que os outros. Isto quebra o ambiente de equidade e gera um ambiente de injustiça, mesmo que esta não seja a intenção do líder. Pois a equipe começa a perceber, que o líder, está atribuindo mais privilégios a um determinado grupo, e isto começa a gerar uma quebra da harmonia, e a produtividade diminui. Pois parte da equipe vai se sentir menos valorizada. E esta tentativa de ser popular, pode custar ao líder um rompimento da capacidade de gestão. Tornando difícil a delegação de funções e o cumprimento de metas. Neste sentido, é preciso “Dar a Cesar o que é de Cesar”, frase bíblica que se traduz, nada mais, nada menos, em um senso de justiça comum; no qual, você só pode receber aquilo que lhe pertence por direito. E dentro do ambiente corporativo, os direitos devem ser iguais a todos, bem como os deveres. Logo, o líder, precisa compreender que, por mais que ele queira oferecer a alguém um tratamento diferenciado, ele precisa ser justo, nesta decisão. E os critérios para este tratamento, devem ser claros, objetivos e acima de tudo, expostos a toda equipe. Sempre informando a todos o motivo pelo qual agiu diferente, abrindo esta possibilidade para outros membros da equipe, em outras situações. Exemplo disto, são as folgas por desempenho de produtividade. Mas sempre tomando cuidado para que tais benefícios não se tornem instrumentos de moeda de troca, utilizada para impulsionar disputas entre a própria equipe.
Ao mesmo tempo que hoje não existe mais espaço para liderar por meio da imposição do medo, também não existe espaço para lideranças que não são justas ou são imparciais. A gestão séria, imparcial e justa, ganha o respeito da equipe, que irá produzir, não pelo medo, mas pelo prazer de servir a um líder e a uma instituição que os respeitam e os valorizam. O líder de excelência é aquele que, ao chegar no ambiente de trabalho de manhã, gera em seus liderados uma sensação de alívio e tranquilidade; pois chegou aquele que vai guiá-los, vai direcioná-los e vai corroborar na busca pelos resultados. Ao passo que, isto difere do mal líder, que quando chega ao ambiente de trabalho, simplesmente se escuta murmúrios, como por exemplo: “Ixa, ele já chegou”, criando um ambiente pesado. Neste sentido, é preciso que os profissionais da Gestão de Pessoas, que estejam a frente de equipes, liderando empresas públicas ou privadas, tomem consciência da importância de seus cargos! Pois nas mãos deles está toda a responsabilidade pelo tratamento de vidas humanas, com diferentes sonhos, valores e capacidades, mas que estão ali, para que por meio desta liderança, se tornem uma equipe, na busca por resultados comuns.
Logo, liderar é como fazer um bolo, onde se coloca em um liquidificador, diversos ingredientes, cada um com uma característica diferente, sólidos, líquidos, pastosos, doces e salgados e ao final do processo, se torna um produto único, com sabor agradável a todos e homogêneo. O exemplo é grotesco, mas ilustra muito bem, uma equipe e suas diversidades, cabendo ao líder nivelar os talentos e coloca-los todos alinhados aos mesmos objetivos comuns. Portanto, se você não tem este perfil, mas deseja ser um líder, ou se preparar para ser um, no futuro, comece desenvolvendo a empatia, o respeito aos companheiros de trabalho, buscando sempre dar bons exemplos. Liderar não é tarefa fácil, alguns nascem com o dom, outros vão desenvolver com o tempo e a experiência, outros nunca vão conseguir chegar lá. Mas uma coisa é certa, toda instituição precisa de um líder, porque pessoas precisam ser norteadas, por alguém que as inspire confiança e mostre os caminhos a seguir. Então se prepare para ser um líder. Conquiste as pessoas, seja admirado e respeitado, para que suas ordens sejam cumpridas, com prazer e não pelo medo. A essência da boa gestão e liderança é a empatia. Antes de agir, se coloque no lugar do seu liderado e imagine, como você se sentiria se estivesse no lugar dele naquele momento? Agindo assim, você sempre tomará as melhores decisões. Fica aqui nossa reflexão de hoje.