Depressão
Quando alguém apresenta um quadro de depressão, sem dúvida se mostra encapsulado num formato especial de comportamentos que desperta no outro, uma curiosidade enorme. Isso porque os processos mentais característicos dessa experiência emocional
acontecem internamente, logo de forma ofuscada do olhar externo.
O pensamento comprometido pela depressão é mantido essencialmente por fantasias que muito pouco se adequam a realidade.
Normalmente povoadas de uma crença do regresso daquilo que foi perdido.
O sujeito depressivo só vê motivos em
continuar vivendo se vincular essa motivação ao retorno do que foi perdido.
De forma geral descrevemos como depressão, a definição de toda categoria de elementos que se encontre de maneira rebaixada ou
colocada no nível inferior às outras.
Na geografia topográfica, por exemplo, se utiliza do termo para descrever as regiões mais profundas do terreno.
Desta mesma forma, a psicologia se utilizou
desse conceito para descrever o recolhimento dos investimentos emocionais.
Certa introspecção no funcionamento emocional.
O interesse no mundo externo diminui e o funcionamento psíquico passa a compreender, em sua maior parte, apenas os aspectos do mundo interno.
Algumas condições devem existir para que se desenvolva a depressão que ocorrerá normalmente após alguma perda
importante.
“Entra-se” em depressão quando acontece a perda de alguém, ou mesmo de alguma coisa muito importante na vida do sujeito.
Se estivermos aqui falando de um desenvolvimento saudável do funcionamento mental, a depressão deve compreender certo período de afastamento das coisas do mundo externo.
Um desinvestimento de interesse no mundo que resultará num afugentamento da vida social.
Essa experiência emocional ocorrera em qualquer pessoa, em qualquer fase da vida onde incida uma grande perda. No entanto, existem pelo menos a priori, dois tipos de depressão:
1- Um primeiro modelo é a depressão comum que ocorre numa mente saudável. Esse tipo de depressão se pronuncia sempre que
perdemos algo de muito valor. Nesse padrão depressivo, desvalorizamos o mundo externo, nos resguardando na segurança do mundo interno. Porém, isso até que nos recuperemos da perda e voltemos a nos interessar pelas coisas do mundo.
Sigmund Freud, denominou esse processo de ‘luto’. O sujeito se coloca retirado do mundo externo ( onde ocorreu a perda ), em nome de acomodar internamente a realidade daquilo que se perdeu.
Na forma natural chamada de luto, o sujeito deprimido sente uma tristeza que o conduzirá a desvalorizar as pessoas e as coisas do
mundo externo, contudo ainda manterá sua autoestima num nível consideravelmente bom.
Isso servirá para manter o funcionamento
mental, mesmo que rebaixado, trabalhando de forma saudável. Contudo, se o relacionamento que se mantinha com esse alguém (ou aquilo) que foi perdido, era mantido de uma forma perturbada, muito provavelmente após a perda, se desencadeará uma depressão patológica.