O TEMPO NA MEMÓRIA
Enquanto o tempo leva a vida como o vento, a memória resgata lembranças que verdadeiramente importam, eternizando a saudade.
Diante da passagem do tempo, o amigo Claudiosé partiu, deixando a vida terrena, mas a memória permanece viva, como se nada tivesse acontecido. À medida que vivemos, a saudade cresce, repleta de lembranças emocionantes.
Uma música, uma foto, uma história - mesmo após anos, nossa memória afetiva não se submete a calendários ou escolhas. Voltamos no tempo, e aquele amigo verdadeiro e a época em que vivemos têm o poder de se eternizar em nós. Descobrimos que o tempo não passa para a memória; ela eterniza momentos e amigos.
A memória não nos permite ser adultos e sábios diante das nuances da vida, seja nascimento ou falecimento. Sempre nos sentiremos inconformados e despreparados para aceitar a separação. Despedir-se de um ente ou amigo especial, que por algum motivo deixou nossas vidas, torna-se uma tarefa difícil.
Somos a soma de nossos afetos, e aqueles que amamos têm a capacidade de emergir das profundezas, romper cadeados e tocar nossas feridas. O tempo, embora cure, não o faz rapidamente. Ele acalma os sentidos, suaviza as arestas e coloca um curativo na dor.
Assim, enquanto o tempo persistir em seu curso implacável, nossas memórias, guardiãs incansáveis, continuam a tecer o fio da eternidade. No palco da vida, as lembranças dançam em uma sinfonia de saudade, e mesmo diante da partida, encontramos conforto na certeza de que, para a memória, não há adeus. Pois, afinal, somos testemunhas da magia que transcende o efêmero, transformando cada amizade em uma constelação imortal em nosso próprio universo interior.
Claudiosé, VIVE !
Manoel Lôbo.