O TEMPO CURA.
Às vezes, imagino: quem de nós nunca ouviu a frase: "O Tempo é o melhor remédio"? Certamente, essa 'recuperação' não se assemelha a um remédio, como um 'comprimido', criado para esquecer problemas e resolver tudo. Seria incrível ir à farmácia e pedir: "Por favor, preciso de 30 minutos de tempo." Em 30 minutos, esqueceríamos tudo; as lágrimas se transformariam em alívio, e o sorriso demorado apareceria, lindo, livre e solto.
Infelizmente, as coisas não são mágicas, mas também não são tão trágicas quanto querem os pessimistas. Por muito tempo, busquei compreender o significado dessa palavra e seu contexto verdadeiro. Com o tempo, percebi que as feridas da vida cicatrizam, a dor se ameniza, e as alegrias são preservadas. Observando isso, compreendi que o 'tempo', que cicatriza, alivia e preserva, é nosso grande aliado.
O Livro Sagrado de Eclesiastes ensina que tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e morrer, plantar e colher, chorar e rir, prantear e dançar. Esta perspectiva enriquece nossa compreensão do papel do tempo em nossa existência.
A morte desorganiza e entristece, mas o luto tem começo, meio e fim. Nesse processo, a dor se transforma em saudade, e a vida continua com novo significado, pois a vida é cíclica.
Uma parábola budista conta a história de uma mãe que vai até Buda com o filho morto nos braços e suplica que o faça reviver. Buda diz a ela que vá a uma casa e consiga alguns grãos de mostarda. Mas, para trazer de volta a vida do menino, esses grãos devem ser de uma casa onde nunca morreu ninguém. A mãe vai de casa em casa, mas não encontra nenhuma livre da perda.
A parábola budista explora a lição mais óbvia e mais difícil da vida. A dificuldade de encarar o fim como parte da existência é o que faz do luto uma experiência tão assustadora. Encarar a morte como parte da existência é crucial. Superar o luto requer enfrentar a dor, não sublimá-la.
A perda altera valores, reduz o medo de errar e destaca a importância da vida. Como disse Sérgio Brito dos Titãs, "Devia ter amado mais, ter chorado mais..." Aceitar os desígnios de Deus e permitir que a vida siga seu curso é essencial.
Todos enfrentarão a tristeza, mas arrastar correntes e persistir na dor não é aceitável. Quebremos as correntes e sigamos em frente, aproveitando cada segundo, cada minuto que também passará.
O poeta já disse: "Todas as coisas na terra passam; os dias de dificuldade passarão... Passarão, também, os dias de amargura e solidão." Aproveitemos cada momento, pois SONHAR ainda é o melhor remédio contra tristezas e más recordações, rejuvenescendo a alma e fortalecendo o corpo à medida que o tempo passa.
Então, ergamos nossos olhos para o horizonte promissor, onde cada novo amanhecer é uma tela em branco para pintarmos com as cores da esperança. Que a vida seja uma sinfonia vibrante, com cada nota marcando a superação e a alegria de viver. Brindemos à eternidade dos momentos preciosos, dançando ao ritmo das estrelas, pois, afinal, o tempo não só cura, mas também nos presenteia com a magia de recomeçar a cada dia.
Manoel Lobo