O RELÓGIO

O Tempo sempre existiu, ou melhor, nunca existiu, pois, quando nos referimos a ele, não levamos em conta que o tempo seja uma invenção humana. Sim, é verdade! O tempo é uma convenção estabelecida pelo ser humano, como mais um dos conceitos da não-realidade.

Quando olhamos para o espaço e visualizamos, com os olhos da mente, a imensidão do cosmos, compreendemos que para lá não existem nem relógios, nem ponteiros, nem outros instrumentos de medição para registrar o tempo. Lá, na imensidão inefável, somente existe o eterno agora; o lugar onde se encontram, holograficamente, as realidades de todas as dimensões da Vida Universal.

Da mesma forma, para lá não existe sistema econômico que utilize o tempo como instrumento de medida para o lucro financeiro. Foi o modelo econômico engendrado pela mente humana que criou a afirmação de que “tempo é dinheiro” e é a partir disso que quase toda a população do globo, consciente ou inconscientemente, se transformou em escrava do relógio.

Nos processos de produção, o tempo é utilizado como parâmetro para produzir mais, com menos mão de obra, menos matéria prima e menos emprego de energia. Por isso, é vital para o sistema, a substituição de operários de rendimento limitado, pelas máquinas que agilizam o serviço e produzem sem desperdício e sem carecer de salários ou despesas decorrentes do trabalho ou dos compromissos previdenciários.

Mas, o que nos importa não é bem a questão econômica, mas, sim o próprio relógio. Esse aparelhinho escravizador que foi inventado na Antiguidade e que terminou por se constituir num dos maiores algozes da humanidade contemporânea.

Desde os remotos tempos, o homem percebeu que a Luz do Sol projetava a sombra dos objetos. Ao fazer esta observação, notou que essa sombra sofria mudanças no transcorrer do dia e, com essa comprovação, entendeu que com uma vareta fincada no chão podia perceber essas mesmas alterações; de manhã, a sombra se alongava, na metade do dia ficava mais curta e voltava a se alongar à tarde. Pronto! Estava criado o primeiro relógio solar, ao qual se deu o nome de “Gnômon”.

Mais tarde, na Mesopotâmia, hoje Iraque, alguém teve a idéia de inclinar a vareta em direção ao polo celeste, dando origem ao primeiro quadrante solar, fazendo com que as horas fossem mais ou menos iguais em todos os dias do ano, melhorando, assim, a precisão da sombra projetada.

Há, basicamente, três tipos de relógios solares: os equatoriais, os horizontais e os verticais. Esses relógios, também chamados de quadrantes solares, nos indicam as horas através da sombra projetada de uma haste em um mostrador contendo linhas-horárias pré-calculadas.

A preocupação do homem, com a medida do tempo, foi ampliada em função da agricultura, pois era necessário saber quais as melhores épocas para o plantio e para a colheita, quando o frio ou o calor estavam para vir. Por volta do ano 3.000 A.C. surgiram as clepsidras ou relógios de água e, por volta do Séc. XIV, apareceram as ampulhetas ou relógios de areia.

Os estudos da física e da matemática, desenvolvidos por Galileu Galilei, desenvolveram a “Lei do Pêndulo” que, aproveitada pelo físico Huygens, no ano de 1657, deu origem ao primeiro relógio de pêndulo, ao qual foram incorporados os balancins que possibilitaram a criação dos primitivos cronômetros de precisão.

Nos dias atuais, com a aplicação da eletrônica, os relógios de quartzo asseguram a precisão de um segundo a cada duzentos anos. Já os relógios atômicos, de césio, garantem a precisão de um segundo a cada três mil e trezentos anos e, finalmente, os relógios atômicos a hidrogênio-maser possibilitam a precisão fantástica de um segundo a cada dez mil anos...

Por incrível que pareça, o Brasil está trabalhando na construção do relógio mais preciso do mundo e isto está sendo feito no Laboratório de Ótica do Instituto de Física da Universidade de São Paulo; este relógio terá a exatidão de um segundo em cada três milhões de anos.

Nesses conturbados dias em que vivemos, poderosos grupos disputam o predomínio do poder, sobre a humanidade, utilizando armas diferentes das que costumávamos ver antigamente. Uma das que já está entrando em ação é denominada de “Relógio Quântico”. Essa ferramenta está destinada a definir o momento exato para tomadas de decisão destinadas à execução de ações que, dentre outros fins, ativarão a implantação do novo Sistema Econômico”, denominado de QFS (Quantum Financial System). Esse Sistema, por sua vez, será comandado por um outro fenômeno tecnológico, um Computador Quântico.

Embora tudo isso tenha o embasamento da Matemática e da Física, que são ciências chamadas de “exatas”, lá no fundo, com um pouco de boa vontade e com o auxílio da Filosofia, iremos entender que tudo o que julgamos concreto, na verdade, poderá ser abstrato, fantasioso ou, simplesmente, ilusório...

O físico Stephen Hawking, paraplégico que levou parte da vida sentado em uma cadeira de rodas tinha, apenas, o cérebro funcionando. Entretanto, o seu cérebro não era um cérebro comum, como o de qualquer de nós, tratava-se de um supercérebro, capaz de elaborar uma teoria sobre o “não-tempo”, que todos vocês poderão encontrar, no livro “Uma Breve História do Tempo”, editado pelo Círculo do Livro.

Professor de matemática e astrofísica da Universidade de Cambridge, Stephen Hawking era considerado um cientista contemporâneo, cujas pesquisas se situavam no mesmo nível que as de Isaac Newton ou de Albert Einstein.

Hawking sugeriu, por exemplo que o tempo real, isto é, aquele que o relógio marca, seja mera abstração psicológica da humanidade. Ele preferia trabalhar com o que chamou de “tempo imaginário”, ou seja, algo que inexiste para os padrões da percepção humana. Segundo esse conceito, uma fração de segundo e um período de bilhões de anos são a mesma coisa diante da eternidade, “o não-tempo”.

Para Hawking, uma bigorna, um poema, uma pessoa, um sopro de vento ou até mesmo uma abóbora, são formas diferentes de uma mesma energia e estão submetidas às mesmas leis que regem o Universo. Elas têm uma característica comum: “não existem, não são matéria”. Reduzidas às suas essências quânticas, não passam de energia concentrada”.

Sabemos que o tempo em que nos baseamos é entendido como uma relação emanada da rotação do nosso planeta ao redor do seu próprio eixo. Segundo esse critério, a cada volta completa, trezentos e sessenta graus, correspondem a vinte e quatro horas, cada hora com sessenta minutos e cada minuto com sessenta segundos.

Partindo desse princípio, é de se questionar se esse mesmo fenômeno acontece com os demais planetas do nosso Sistema Solar e se, por conseguinte, é repetido na rotação dos demais planetas vizinhos e dos planetas que integram a infinitude dos Universos...

Assim, havendo diferenciação na velocidade das rotações, dos corpos celestes, não podemos tomar nossas noções de tempo como parâmetros universais. Assim, Hawking, tinha razão ao entender que o tempo, tal qual o consideramos, seja, apenas, uma convenção humana.

Por hoje vamos ficando por aqui, pois o tempo do relógio está passando e é exatamente esse tempo que faz parte do não-tempo...

Pense nisso, meu amigo! Não perca tempo! Se puder, pense nisso!

Amelius - 03-01-2024

Amelius
Enviado por Amelius em 03/01/2024
Reeditado em 03/01/2024
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