Ouvindo
Lembro certa vez quando eu ainda estava no ensino médio, durante uma aula de literatura contemporânea, a professora citou, não sei por qual motivo Gabriel O Pensador, compositor e cantor brasileiro, e disse que não sabia pensador de quê ele era.
Por longos anos compartilhei dessa mesma idéia com ela: Gabriel estava muito mais para divulgador poético da realidade brasileira do que para pensador.
No entanto, outro dia estava eu sentada na varanda da minha casa em contemplação bovina* quando parou um carro na rua com o rádio em um volume consideravelmente alto. E eis que a música que começou a tocar era de Gabriel o Pensador.
Prestando atenção na letra (já que não estava a fazer nada mesmo) percebi algo muito interessante na mesma: uma temática (quase sublimar) altamente filosófica. Detalhe se tratava na mais pura filosofia grega.
Na Internet pude ler mais algumas letras do compositor e verificar que a filosofia não era um traço somente de uma letra, mas de praticamente todas.
Agora sim, entendi porque a respectiva pessoa leva em seu nome artístico o substantivo pensador.
Ainda não sei se esse traço histórico filosófico é proposital / intencional ou é mera coincidência de alguém que pensa, questiona a vida e os fatos (de um filósofo, sem a consciência e parâmetro histórico da filosofia).
E como a filosofia está em tudo....
* contemplação bovina: estado que fica o gado nas exposições agropecuárias, parados olhado o movimento sem pensar em nada e movimentando somente a cabeça acompanhando os transeuntes.