Entrevista Preliminar
Sigmund Freud em seus artigos enfatiza também a importância do “tratamento de ensaio” para antes do tratamento analítico
propriamente dito.
No artigo sobre;
"O início do tratamento" de 1913, é
apontado por Freud duas razões pelas quais utiliza-se esse procedimento.
1- É fazer com que o analista conheça
o caso e avalie a necessidade apropriada ou não, para a análise.
2- É possibilitar o diagnóstico diferencial.
Freud estabelece então;
“Estou ciente de que existem Psicanalistas
que hesitam com menos frequência em seu diagnostico diferencial, mas convenci-me de que com a mesma frequência, cometem
equívocos".
Cometer um equívoco, além disso, é de muito mais gravidade para o psicanalista que para o psiquiatra clínico, como este é chamado, pois o último não está tentando fazer algo que
seja de utilidade, seja qual for o tipo de caso.
Ele simplesmente corre o risco de cometer um equívoco teórico e seu diagnóstico não tem mais que um interesse acadêmico.
No que concerne ao psicanalista, contudo, se o caso é desfavorável, ele cometeu um erro prático; foi responsável por despesas
desnecessárias e desacreditou o seu método de tratamento.
O primeiro momento para Freud, designa-se também a uma escuta, essa escuta receptiva seria para ele “atenção uniformemente suspensa” ou "atenção flutuante".
Então o analista não deve tirar interpretações e conclusões precipitadas, pois é o paciente quem dá sentido nesse primeiro momento.
O termo "Entrevista Preliminar" foi empregado por Lacan, para o que Freud chamava de "Tratamento de ensaio", tratando os dois de um tempo de trabalho fora da análise, mesmo que esteja dentro do consultório do analista.
Lacan, em 1971, era absoluto ao dizer:
“Cada um de vocês conhece – muitos o ignoram – a insistência que faço junto aos que me pedem conselho, sobre as entrevistas preliminares em psicanálise.
Certamente elas têm uma função essencial para a análise.
Não há entrada possível em análise sem
entrevistas preliminares”.