Técnica Psicanalítica de Freud
Antes de irmos direto ao cerne da questão, serão primariamente contextualizadas algumas informações importantes a respeito da história de Sigmund Freud com relação a técnica psicanalítica.
Freud, considerado o pai da psicanálise, entrou em contato com a teoria de Josef Breuer ao tratar jovens histéricas com o uso da hipnose, notando principalmente que seus problemas estavam ligados à infância e a sexualidade infantil.
As pacientes não lembravam de forma espontânea de seus traumas, então Freud usava da hipnose para retirar essas informações, mas ao sair do transe as jovens não se lembravam do que haviam dito e não eram todas as pessoas que poderiam ser
hipnotizadas, ocasionando uma frustração em Freud.
A insuficiência da técnica hipnótica
na autobiografia de Freud, capítulos dois e três, há relatos de sua frustração onde os pacientes não se deixavam hipnotizar e ele não conseguia realizar seu trabalho.
Então, com uma de suas pacientes Freud tenta fazer a hipnose, mas a mesma não deseja e quer somente ser escutada.
Freud então deixa que sua paciente fale e no decorrer da fala ele identifica que ela conseguia trazer as bases do sintoma ao falar livremente.
Posteriormente, então, ele abandona o método da hipnose e desenvolve o método da associação livre, trabalhando com as ideias e palavras que as pacientes traziam, estando elas acordadas e conscientes.
* Técnica de Associação Livre
Na associação livre o paciente é orientado a dizer tudo o que quiser, tudo o que lhe vier a mente, sem nenhuma orientação prévia sobre que caminho seguir ou qual linha de raciocínio deve-se partir, a associação livre se desprende, por parte do paciente, da ética e da moral.
Apesar do nome ser associação livre, não é livre de todos os lados, é uma via unilateral onde somente o paciente verbaliza nesse
intuito e o analista exerce seu trabalho analisando o paciente a todo instante, como descrito no Estudo da Autobiografia de Freud
(1925).
O método catártico já havia renunciado à sugestão, e Freud deu o passo seguinte, abandonando também a hipnose.
Atualmente, os Psicanalistas tratam seus pacientes da seguinte maneira:
Sem exercer nenhum outro tipo
de influência, convida-os a se deitarem de costas num sofá, confortavelmente, enquanto
ele próprio (o psicanalista ) senta-se numa cadeira por trás do paciente, fora de seu campo visual.
Tampouco exige que fechem os olhos e evita-se qualquer contato, bem como qualquer
outro procedimento que possa faze-los lembrar a hipnose.
Assim a sessão prossegue
como uma conversa entre duas pessoas igualmente despertas (…).