Homossexualizados
O exame da retórica construída por este
autor sinaliza uma visão recorrente acerca da “ori-
gem” da homossexualidade.
Segundo as literaturas de Catilho, o comportamento homossexual é aprendido por
meio de experiências negativas.
As idéias que
Castilho defende caracterizam uma espécie de
tônica geral dos textos, com pequenas variações,
em torno dos “fatores” que influem na “conformação” de uma identidade homossexual.
Com efeito,
os argumentos são contrários a uma visão essencialista da homossexualidade.
O homossexual é
portador de sintomas de uma psique enferma.
Homossexuais são dados à depressão e ao suicídio, são instáveis, inseguros e imaturos.
Enfatiza-se uma representação patologizada das práticas
homossexuais, articulada em torno das concepções de vício, compulsão e transtornos mentais.
Em outro plano discursivo, acentua-se que tais
práticas são “hábitos profundamente arraigados”,
Que, contudo, constituem um estado passível de
alteração.
“As pessoas não são homossexuais mas
estão homossexuais”.
“O
problema, portanto, não é ser ou não homossexual, mas estar ou não estar homossexualizado”.
A homossexualidade é vista, fundamentalmente, como resultante da socialização em
famílias desestruturadas, nas quais a ausência de
firmes modelos masculinos e femininos produziriam uma espécie de identificação com o gênero
errado.
É recorrente nesse contexto o uso da
expressão "transtorno" ou crise de "identidade de gênero".
Pais ausentes e mães dominadoras são
personagens obrigatórios nos casos evocados
como exemplos de homossexualidade masculina