Sexualidade Construída
Essa postura pastoral propicia uma proliferação das falas que opera como uma verdadeira
explosão discursiva .
O foco de
interesse deste artigo é direcionado às perspectivas
de gerenciamento das práticas sexuais a partir de
um determinado discurso sobre a homossexualidade.
Trata-se de discutir, sobretudo, os nexos entre
as concepções de corpo, gênero e sexualidade presentes no discurso religioso.
A proposta insere-se em uma abordagem
antropológica que privilegia a construção social e
cultural da sexualidade.
Tem-se como pressuposto básico o fato de a conduta sexual ser um domínio que depende da socialização e da atribuição
de significados, regulada por parâmetros sociais.
Considero a religião como uma dessas instâncias de controle visto que constitui sistemas simbólicos capazes de
fornecer sentido à ação social, introduzindo dis-
posições e motivações, um certo modo de ver,
apreender e entender o mundo.
Nesse sentido, compreender que valores são
difundidos pelo discurso religioso contribui para
o desvelar das lógicas culturais que informam a
experiência e orientam a ação social.
Na primeira parte, trato das formas de pro-
blematização da homossexualidade em discursos
religiosos brasileiros.
Na segunda, o foco é dirigido às técnicas que compõem o discurso sobre
cura e libertação da homossexualidade, com vistas a compreender quais as perspectivas de regu-
lação da sexualidade neste contexto.