Homofobia Gospel ( parte II )
Pesquisas recentes apontam para transformações no panorama religioso brasileiro em relação
a temáticas pertinentes à esfera da sexualidade como, por exemplo, a exigência de fidelidade
para homens e mulheres, indicando uma minimização da assimetria entre os gêneros.
No contexto evangélico, em questões como aborto, homossexualidade
e escolha sexual parece haver certa impermeabilidade à mudança.
A despeito de uma
ênfase no discurso de acolhida, permanece a idéia
de que tais práticas são pecaminosas.
Assim, ainda
que a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) se
destaque em um conjunto mais amplo de comunidades religiosas pela maior aceitação de homossexuais em seu quadro de fiéis (76% dos entrevista-
dos dessa igreja afirmou que jamais excluiria um
homossexual do espaço congregacional).
Homofobia Gospel ( parte II )
A defesa
desta atitude deve ser vista menos como aceitação
da prática homossexual e mais como “motivo primeiro para um cuidado pastoral”.
Essa postura pastoral propicia uma proliferação das falas que opera como uma verdadeira
explosão discursiva.
O foco de
interesse deste artigo é direcionado às perspectivas
de gerenciamento das práticas sexuais a partir de
um determinado discurso sobre a homossexualidade.
Trata-se de discutir, sobretudo, os nexos entre
as concepções de corpo, gênero e sexualidade presentes no discurso religioso.