Enxertada Família
O que Paulo quis dizer quando usou o termo na língua original, das palavras escritas em Romanos 1,26?
Eram: ( para-phusin), traduzido como: “contra a natureza”.
O que muitos estudiosos interpretaram como se referindo à homossexualidade.
Entretanto, nós verificamos que Paulo usa estas mesmas palavras em Romanos 11,24 para explicar aos gentios que embora estes não sejam naturalmente parte dos escolhidos, Deus dá boas-vindas aos gentios e está disposto a enxertá-los na árvore da família, e também disposto a enxertar de volta, nessa mesma árvore da família, aqueles escolhidos que haviam se afastado.
Com efeito, se você (gentio) fosse cortado de uma oliveira silvestre por natureza (phusin) e contra a natureza (para-phusin) fosse enxertado na oliveira mansa (a árvore da família dos eleitos), com maior razão os ramos naturais (os escolhidos que se afastaram) serão enxertados (de volta) na oliveira a que pertencem”.
É totalmente evidente que o uso aqui, por Paulo, da frase, não tem nada a ver com homossexualidade, nem é uma crítica da imoralidade.
Mas propriamente Paulo refere-se a phusin (ou phusis) para designar aquilo que é inato à pessoa, ou a como nasceram.
Nós encontramos um exemplo deste uso em Gálatas 2,15 diz:
"Nós somos judeus de nascimento e não pecadores da gentilidade”.
Nós sabemos que Paulo usou o termo “natureza” para referir-se a diferentes coisas em diferentes ocasiões.
Além do que já mostramos, em 1 Coríntios 11,14, Paulo escreve,:
A natureza mesma das coisas não vos
ensina que se um homem tem cabelos compridos, é desonroso para ele...?".
Não é verdade que a natureza induz o cabelo a crescer e ficar comprido?
Não estaria contra a natureza cortá-lo?
Considere que Paulo era um homem educado, que, por suas próprias palavras, excedeu a seus pares no conhecimento da lei judaica, dos costumes e das tradições.
Certamente conhecia o Sansão do livro dos Juízes.
No capítulo 16,10 de Juízes, nós encontramos Sansão dizendo a Dalila:
"Nenhuma lâmina foi jamais usada em minha cabeça", disse-lhe ele, "porque eu sou nazireu consagrado a Deus desde o nascimento.
Se minha cabeça fosse raspada, minha
força deixar-me-ia, e tornar-me-ia tão fraco quanto qualquer outro homem".
Quando o cabelo de Sansão foi cortado, sua famosa e poderosa força deixou-o e não retornou até que seu cabelo crescesse outra
vez mais.
Se os nazireus fossem pessoas consagradas para servir a Deus, o que induziu o comentário de Paulo em 1 Coríntios?
É possível que todos os homens aptos de Coríntio eram solicitados a servir nas forças armadas (com cortes militares de cabelo) e que aqueles cujos cabelos permaneceram não cortados esquivam-se de seus deveres?
Neste exemplo do uso da natureza, nós descobrimos que a conotação não era sobre
moralidade, ou sobre o que é inato, ou um acidente de nascimento, mas sim responsabilidade meramente cívica.