Queremos ser Deus ?
No artigo anterior tentamos demonstrar que as condenações de Paulo, nestes versículos, estavam direcionadas às mesmas práticas pagãs que foram erroneamente identificadas como homossexualidade nas Escrituras Hebraicas.
Romanos 2,1:
1 “Portanto, és inescusável, ó homem, qualquer que sejas, quando julgas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, praticas o mesmo”.
De que maneira esta passagem se relaciona à anterior?
Bem, eu creio que Paulo está dizendo que aqueles que julgam os outros estão usurpando uma prerrogativa de Deus.
Somente Deus pode julgar os homens.
Não temos permissão para julgar uns aos outros.
Quando julgamos aos outros, ascendemos ao trono da (falsa) religiosidade, e esta atitude arrogante é equivalente à idolatria.
Quando o fazemos, nos colocamos acima
dos demais semelhantes, com a suposição de que temos o direito de ditar-lhes como devem viver.
Nos tornamos Deus em nossa própria opinião, e isso é IDOLATRIA.
Existem igrejas que, apesar de concordarem que os versículos 18 a 25 tratam da idolatria, acreditam que os versículos 26 a 32 são condenações à homossexualidade, e que a "depravação" da homossexualidade se
manifesta nas condenações expressas nos versículos de 29 a 32.
Está claro que as pessoas que assim
interpretam têm que ignorar o versículo 26, bem como os versículos 28 e 2,1.
Do contrário, o versículo 2,1 deveria estar dizendo que qualquer um que julga os outros estaria envolvendo-se em um comportamento homossexual, o que não tem sentido.
Então Paulo estaria julgando os semelhantes e assim também igualando-se aos idólatras, segundo a nossa explanação no primeiro parágrafo deste artigo
Devemos ter como evidente nessas passagens do primeiro capítulo de Romanos do versículo 18 em diante uma crítica veemente contras os males da idolatria.
A homossexualidade não é tratada nessa passagem, mas sim as práticas sexuais, praticadas pelos prostituto (a)s do templo, que envolviam-se em relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, como parte dos rituais de adoração de ídolos (rituais de fertilidade), e que já foram estudadas em nossos artigos anteriores.
Como foi demonstrado, a única maneira que uma pessoa pode usar esses versículos como condenação à homossexualidade, seria tirando-os de seu contexto, fazendo uma inconveniente, inconsistente e deliberada
mudança no significado intrínseco das palavras de Paulo, a fim de acomodá-las numa visão homofóbica.
Na minha opinião, queridos leitores, fazer isso significa “mudar a verdade de Deus em mentira e honrar e servir à criatura... Amém”.