BEBÊS

Mudei meu assunto de hoje porqur fiz algo agora há pouco que não fazia muito tempo: peguei um bebê de oito dias no colo. O filho do filho de minha vizinha. Sou apaixonado por bebês, por crianças e adoro ficar analisando, avaliando seus comportamentos, seus modos de agirem, seus olhares prescrutadores, ávidos por conhecimento, por querer mais. Nos bebês de até um mês avalio as reações aos barulhos, que devem ser mantidos normais na casa, porque dentro da barriga eles vivem numa barulheira do líquido amniótico por nove meses. Normalmente as pessoas falam baixo, não permitem barulhos, não, não, não..., Na verdade deveriam acostuma-lo com os sons da nova vida que terá, e diga-se, muito barulhenta. Fiquei com o Vicente no colo por mais de meia hora, curtindo, admirando, pensando nas tantas coisas que o esperam, e também dando dicas, tentando ajudar pais jovens de primeira viagem, embora saiba que por mais experiência tenhamos, nada como se adquirir a própria, vivenciando as delícias e os dissabores, as alegrias e as ansiedades, o que se sabe e o desconhecido que se aprende pois cada um é diferente do outro. Não há regras, não há linha reta quando se trata de ser humano, cada ser é um ser, com suas particularidades, com suas peculiaridades. Mas como já cuidei de três filhos, que inclusive dei o primeiro banho, cuidei de sobrinhas e sobrinhos, cuidei de netas, posso dizer algo, na tentativa de ajudar, não de me meter na vida deles, mas para facilitar algo que se sabe é complicado, mas vale a pena. Enquanto a mãe, o pai e a vó comiam tranquilamente, porque isso vai ser difícil daqui pra frente, eu curtia aquela criaturinha perfeita, obra de Deus. Me coloquei à disposição para acalma-lo caso precise, Deus me deu o dom de acalmar crianças, conhecidas e estranhas, até mesmo algumas que nunca tinha visto. Pego-as no colo, a aconchego num abraço forte e carinhoso e faco-a sentir-se segura e amada. Porque a criança sente quando o amor por ela é verdadeiro, sente confiança na pessoa e se tranquiliza. Isso é amor. O amor maior, mais forte e incondicional que se pode ter. Tanta coisa pra falar, mas vou ficar por aqui. Que venham a mim as crianças, porque elas conhecem quem as ama.

Fiquei mais de meia hora com o bebê no colo, admirando e lembrando dos meus filhos, até que a mãe o retomou e o levou para o quarto.