PERSPECTIVA CRISTÃ
Todos aqueles cristãos que tentam aplicar a sua própria interpretação das Escrituras na sua própria vida ou na vida de outrem estão, na verdade, violando os ensinamento de Cristo.
Paulo, na sua Carta aos Gálatas, nos fala a respeito da Lei:
"Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:
‘Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para
praticá-las’.
É evidente que, pela Lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé”
(3,10-11).
Paulo continua a explicar:
“Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da Lei e nela encerrados, para que essa fé que, de futuro, haveria de se revelar.
De maneira que a Lei nos serviu de pedagogo para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé.
Mas, antes, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao pedagogo" (3,23-25).
Não interprete mal esse ensinamento.
Paulo não está de maneira nenhuma tentando diminuir ou depreciar a Lei Judaica.
Ele mesmo era judeu e um fariseu.
Na sua juventude ele era extremamente zeloso em relação às tradições de seus pais (Lei), segundo o que ele nos revela em Gálatas 1,14.
Mas a Lei foi designada para um período específico no mundo, o período prévio à vinda do Messias.
Jesus nos explica em Mateus 5,17:
"Não penseis que vim para revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir".
Jesus, o Messias Judeu, cumpriu e complementou a Lei.
Em outras palavras, os seguidores de Jesus Cristo, os cristãos, não mais estão sob o jugo da Lei Judaica mas sob a Graça de Deus.
Paulo nos explica:
"Não anulo a Graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a Lei, segue-se que Cristo
morreu em vão!" (Gal 2,21).
Conseqüentemente, já que os cristãos estão vivendo sob a Graça e não mais submetidos à Lei, não podem então querer que outros, ou eles mesmos, estejam ainda atados a esta mesma Lei.
Os que insistem em fazê-lo estão, como Paulo nos diz de forma tão eloqüente, sob maldição.
Esses condenam-se a si mesmos a estar completamente inertes, de pés e mãos atados, pela própria Lei.