CORPO

Há muitos anos li no livro O MONGE DO TIBET, de Dalai Lama, uma frase que me fez refletir muito na época e até agora, que O NOSSO CORPO É APENAS UMA CARCAÇA. Nao lembro se na sequência do texto está escrito que o que importa é o espírito ou se eu que deduzi e lembro do decorrer do livro que é exatamente isso que ele expressa. Mas quero me referir ao corpo, ao nosso corpo, com todos os órgãos, sendo a pele o maior de todos, e inclusive é o que mais vemos pois está exposto, a maior parte dele, constantemente, e exatamente por essa exposição que é motivo de cuidados, muitas vezes exagerados, tanto na estética, para mantê-lo - estou falando da pele como órgão, por isso estou usando o masculino - sempre saudável usando e aplicando cremes hidratantes para torná-la mais macia, menos ressecada com o objetivo de não aparecerem rugas, estrias, celulites, e tantas coisas que sempre existiram desde que Deus criou Adão e Eva, porque tanto homens como mulheres são acometidos por esses traumas; a pele de ambos é suscetível de tudo isso, mas os homens não se importam com nada disso, embora tenham alguns que se cuidam em tratar e tem um cuidado especial, eu sou mais ou menos, principalmente agora com a idade que precisa de mais cuidados para evitar, não por vaidade, mas por manter a saúde da pele, o ressecamento, alergias e outras coisas mais que aparecem do nada. Vou falar de vaidade outro dia, mas tudo que se faz por vaidade ou por saúde ou por doença, para que a pele se mantenha na mais perfeita condição de beleza aos olhos e ao tato, não adianta de nada porque muitas vezes a genética fala mais alto e define como será, derrubando todo tipo de cuidado extra com cremes, botox, massagens e tantos outros recursos que existem e são criados na tentativa desesperadora de modificar, transformar algo que já está definido, no nosso DNA, como será. Tudo bem, não sou contra nada disso, mas as pessoas tem que ter o bom senso de analisar, avaliar e perceber o que vai fazer. As ofertas de produtos e procedimentos são cada vez maiores, cabendo à pessoa ter o discernimento do que é melhor para ela, não importa se tem dinheiro ou não, por vaidade ou saúde, mas principalmente por necessidade. Exageros estão cada vez mais vistos e percebidos. As pessoas estão cultuando o corpo, fazendo dietas mirabolantes, exercícios forçados e adotando todo e qualquer tipo de recurso para se mostrar melhor, para se manter melhor, para serem mais bonitas aos olhos dos outros, nem sempre para si mesmo. O corpo sarado, tonificado, torneado, e outras coisas mais, não significa mais tempo de vida, não significa mais beleza , não significa mais saúde. Significa muito mais modernismos e aceitação. Não quero ser e nunca fui retrógrado, mas analiso muito as coisas pelo lado prático, objetivo e real das coisas de modo em geral. Avalio os prós e contra em tudo. Em relação ao corpo, penso que nada dessas coisas adiantam fazer se já está inserido, através do DNA, da genética como será à medida que o tempo vai passando. O tempo é implacável, mas nem por isso devemos deixar de nos cuidarmos. O corpo se transforma, sinais da idade vão chegando e se apoderando de forma muitas vezes cruel. Mas devemos entender que faz parte da evolução da vida. São os ciclos por que passamos. E devemos nos conformar com essas transformações. Exemplo, se a pessoa tem tendência a ser gorda, não adianta fazer regimes radicais, exercícios exagerados, que não vai adiantar, ela vai estar se machucando e deixando de ser feliz como ela é. Se tem alguma doença, tem que aprender a conviver com ela e levar a vida da melhor forma possível, não adianta ficar se lamuriando. O nosso corpo é apenas uma carcaça, não serve de nada, quando morre apodrece, por isso tem que ser enterrado bem fundo e lacrado, por isso tem que ser cremado. E o que sobra de nós então se o corpo não vale nada? Sobra o espírito, a alma, essas sim, devem ser cultivadas, devem ser cuidadas, devem ser cultuadas. Eu até procuro cuidar do meu corpo, da aparência, mas cuido muito mais do meu espírito, porque o corpo morre e o espírito é etéreo. E tu, cuida mais do teu corpo ou do teu espírito?