O ser G Partilhado ?
Jacques Lacan destaca que:
" A escolha do sexo é compreendida em seu duplo aspecto como uma escolha da posição
sexuada dentro da partilha dos sexos e como uma escolha do objeto sexual ".
Sigmund Freud diz que:
" A posição sexuada e escolha do objeto
são de âmbitos totalmente diferentes; Estar na posição feminina ou masculina é
uma coisa; porém ter um homem ou uma mulher como objeto sexual é outra coisa."
Lacan continua seguindo a mesma lógica com sua teoria da sexuação, demonstrando que:
“Quem quer que seja ser falante se inscreve de um lado ou de outro”
Sendo assim, todo ser humano pode se situar de um lado ou de outro na partilha dos sexos, independente do sexo genético.
Lacan introduz o termo sexuação justamente
para demonstrar que a partilha entre os sexos não se faz pela anatomia, muito menos pela genética.
A diferença sexual é construída nas fórmulas da sexuação a partir de argumentos da lógica localizando no lado dito masculino do todo fálico e o lado dito feminino do não todo fálico.
O lado masculino é totalmente determinado
e circunscrito pela função fálica, sendo assim assujeitado à castração simbólica.
Pois “[...] é pela função fálica que o homem como todo toma inscrição [...]” .
O homem se assegura deste lugar de homem por meio da apropriação fálica, ou seja, da apropriação de objetos.
Porém há uma exceção em que Lacan diz:
- Exceto que essa função encontra seu limite
na existência de um x pelo qual a função Фx é negada, ∃x Фx.
Aí está o que chamamos função do pai - de onde procede pela negação a proposição
Фx, o que funda o exercício do que supre, pela castração, a relação sexual - no que esta não é de nenhum modo inscritível.
O todo repousa, portanto, aqui, na exceção colocada, como termo, sobre aquilo que, esse Фx, o nega integralmente.