O Ser G Trans-estrutural ?
A homossexualidade não se resume à estrutura perversa, ela pode ser encontrada na estrutura neurótica (histeria, obsessão e fobia), na psicose (esquizofrenia, paranoia e melancolia) e na perversão (voyeurismo, fetichismo, sadismo, masoquismo etc.).
“A homossexualidade, como
prática sexual, não é, desse modo, um sintoma neurótico, não é uma perversão e nem é indício de loucura.
A homossexualidade é transestrutual.
" Ela é uma escolha de gozo do sujeito que se encontra em neuróticos, perversos e psicóticos”.
Em todos os grandes casos de Freud,
encontramos algum tipo de homossexualidade, sem que esta seja resumida a uma prática sexual, como por exemplo:
* Na histeria de Dora,
* Na fobia de Hans,
* Na esquizofrenia-paranoide de Schreber,
* Na paranoia do Homem dos Lobos e,
* Na vida sexual da jovem homossexual.
Podemos observar isto na histeria de Dora, no que se refere a este caso clínico, Freud fala sobre as inclinações homossexuais de Dora dizendo que por trás da forte linha de pensamentos vinculada à relação do pai de Dora com a sra. K. existe também, um impulso ciumento, cujo objeto era a sra. K.
Um impulso, deste modo, que apenas podia se basear na inclinação pelo mesmo sexo.
Freud ainda diz que em rapazes e garotas, na fase da puberdade, podem aparecer indícios da existência de inclinação homossexual.
No caso do pequeno Hans, Freud destacou que Hans poderia ser considerado um homossexual, ( "como todas as crianças podem muito bem ser" ), devido ao fato, que precisa ser sempre mantido em mente, de que ele só estava informado quanto a um tipo de órgão genital - um órgão genital como o seu.
No caso de Schreber, no desencadeamento de sua psicose, em sua primeira fase, o que se observa, é que, embora haja as suas tentativas de ir contra as fantasias homossexuais, estas não recuaram, pelo contrário, manifestaram -se em um delírio de transformação em mulher, que Schreber passa a experimentar em seu corpo e em suas vísceras.