O Ser G incompreendido ? parte III
Texto III
Por último, falaremos sobre a autora Elisabeth Roudinesco (2013) que é uma historiadora da
psicanálise e psicanalista respeitada.
Apresentaremos um trecho do capítulo "A psicanálise à prova da homossexualidade".
Produzido pela autora, que se encontra no livro - "As homossexualidades na psicanálise".
Na história de sua despatologização, a autora afirma que:
- Lacan não tinha a mesma concepção
que Freud da homossexualidade.
A seu ver, com efeito, ela não tem nada a ver com uma orientação sexual.
Personagem altamente transgressivo, Lacan era marcado pela leitura das obras de Sade e por seu contato com Georges Bateille.
Sua fascinação pela homossexualidade grega levava-o, de uma parte, a fazer da figura do
perverso a encarnação da mais alta intectualidade
– ainda que maldita – e, de outra, a ver toda forma de amor – até mesmo de desejo – como algo perverso.
Assim como Lacan ‘psicotiza’ a clínica das neuroses, do mesmo modo, tende a ver
perversão em todas as manifestações do amor.
É nesse contexto que ele faz da homossexualidade, enquanto tal, uma perversão e não uma orientação
sexual.
Roudinesco (2013) faz uma leitura equivocada dos textos lacanianos, pois nas obras de Lacan não há nenhuma constatação de tais argumentos, portanto não parece correto afirmar que Lacan via toda forma de amor como algo perverso.
A autora também utiliza o termo orientação sexual, visto que Freud nunca utilizou esse termo, logo o termo correto, utilizado por Freud é escolha sexual.