EMPATIA

Durante meu tempo como professor e palestrante (as principais palestras que ministrei por muitos anos foram MARKETING PESSOAL: PREPARANDO SEU PRÓPRIO MERCADO e A MOTIVAÇÃO COMO FONTE DE SUCESSO) e em treinamentos em empresas, principalmente para área de vendas eu falava muito na tal EMPATIA, que virou moda, palavra usual e corriqueira mas, infelizmente, usada de forma errada pois não era bem compreendida. A empatia é a capacidade que uma pessoa - estou dizendo uma, especificamente, porque é uma característica individual e não coletiva, embora todos nós devamos fazer uso dela, essa tal empatia, mas nem todos a usam, muitos nem sabem que ela existe, e também tem aqueles que a usam naturalmente sem nem saber que a estão praticando, e aí sim ela é usada corretamente - tem em se colocar no lugar da outra. Simples assim, mas não tão simples na hora de acontecer, na hora de realizar o feito, na hora de praticar. Teoria é uma coisa, colocar em prática é outra situação bem e muito diferente. Por isso minhas aulas eram muito práticas, com vivências empresariais, para que os alunos pudessem colocar em prática e sentir realmente, embora em sala de aula, aquilo que estavam aprendendo. Se colocar no lugar do outro é bem isso que está dizendo, é ter a sensibilidade e o entendimento do que a outra pessoa que tu estás conversando ou negociando quer ou precisa ou sentindo ou apenas falando, e para isso precisa estar totalmente dedicado a prestar atenção sincera e absoluta nessa pessoa, para, digamos, conhecê-la imediatamente e poder sentir o que ela está sentindo, pensar o que ela está pensando e assim conseguir ajudar e corresponder às suas expectativas e suprir suas necessidades. A empatia deveria ser prática permanente entre as pessoas, mas não é. Empatia não é babar ovo, não é puxar saco, não é aceitar tudo o que a outra pessoa está dizendo, não é olhar e dizer arrã, arrã, arrã. Não. Empatia é até mesmo contrariar quando houver necessidade pois, se nos colocarmos no lugar da outra pessoa saberemos o que realmente ela precisa e nem sempre é o que ela está pedindo ou dizendo. Muitas vezes ao sermos empáticos poderemos ser considerados, taxados como metidos, como intrometidos, invasivos, e para isso não acontecer a cautela é a melhor pedida. A partir do momento que tu conseguistes te colocar no lugar da pessoa então tu já podes começar a usar a tua estratégia de intromissão na tomada de decisão do que a pessoa quer, precisa, fala. Não que vá mudar a ideia, o pensamento da pessoa, mas ajudá-la a se conscientizar do que é o melhor para ela. Não estou falando apenas na área de vendas, isso se aplica a todos os momentos da nossa vida. A pessoa que é empática consegue transformar, consegue mudar, consegue fazer com que a outra pessoa se convença de que aquilo que ela está pensando, fazendo, falando e tudo o mais, pode não ser o certo, pode não ser o melhor para ela. A empatia é um dom. Tem pessoas que a usam naturalmente, enquanto algumas conseguem aprender a usá-la mas também tem aquelas que não conseguem de forma alguma, não está na índole, não está no ser da pessoa. Cada um cada um. Dificilmente se consegue ser empático o tempo todo, com tudo e com todos. Se todos fossem iguais, o mundo, a vida, não teria graça. A mesmice cansa, assim como a falta de empatia maltrata.

E tu, consegues usar e aplicar a empatia? Sempre, de vez em quando, de quando em vez ou nunca? Ou nem sabe o que é isso e nem quer saber? Ou faz parte daqueles que sabem mas não fazem questão de usá-la?