OPOSTOS
Tantas palavras me surgem para escrever, mas no momento o que surge muitas vezes é inesperado, não é pensado, como sempre foi comigo, nunca consegui fazer nada do que planejava, mudava tudo na hora que ia executar, assim como agora, liguei o computador e quando cliquei no blogger me veio essa palavra OPOSTOS, e decidi, então, escrever sobre ela. Oposto é tudo aquilo que é do contra, contrário, adverso, antítese, paradoxo, antagônico. Pode ser uma visão diferente, portanto oposta, pode ser um pensamento diferente, uma contestação, uma conclusão diferente, portanto oposta. Tudo que é diferente do que se acha ou se atribui ser NORMAL é considerado OPOSTO. Tudo que é contrário do que se diz ou usa cotidianamente é oposto, antagônico. O amor e o ódio são opostos, e essa oposição em relação ao sentido é chamada de ANTÍTESE, pois caminham lado a lado, pois há uma estreita diferença muito forte mas tão tênue que um pode se transformar no outro em um pequeno espaço de tempo ou qualquer ação. Muitos amores transformam-se em ódio por uma outra razão, nem sempre explicadas de forma concreta, mas o suficiente para que houvesse essa mudança; assim como o ódio entre duas pessoas pode ser convertido para um amor inexplicavelmente intenso e verdadeiro, imperceptível mas acontece. Assim como o paradoxo, que também é um oposto que significa incoerência, absurdo, esquisito, insensato e outras coisas mais. Como escrevi sobre o amor e o ódio pode ser um paradoxo quando se diz que ama mas age de forma como se odiasse, deixando a insensatez e o ridículo tomar conta causando o fim de um sentimento. O amor em se tratando de uma relação, são, muitas vezes, como os números: opostos mesmo sendo simétricos apenas um sendo positivo e outro negativo; o negativo e o positivo nunca se cruzam, mas são iguais em número, assim como os casais que se amam mas não tem nada em comum a não ser o amor, ou o tesão, ou algo inexplicável que faz com que a relação dê certo, mesmo não combinando em nada, não se identificando em nada, com personalidades totalmente opostas mas vivem bem juntos. As pessoas podem entrar num paradoxo, e muitas entram por não se sentirem parte de um contexto, de uma sociedade, não se entendem e nem entendem o meio a que pertence, apenas vivem sem saber como nem por que, observam a vida, o meio e o tudo que os rodeiam e sentem-se em total solidão, perdidamente perdidos em si mesmos. Para Nietzsche o mundo, a vida é um paradoxo onde a realidade é pura aparência e a verdade é uma ficção. Já o antagônico é um oposto de ideias, de pensamentos, de algo que aconteceu, ou seja de fatos. Tem pessoas que são antagônicas, divergentes ou negacionistas simplesmente por serem, nem sempre para ser um adversário, mas para não aceitar o que outras pessoas dizem, mas se perguntarem a elas o por quê se opõe, o por quê é antagonista, ela nem sabe explicar, mas é. Na política existe a situação e a oposição, e a função da oposição é contestar, é atrapalhar, é questionar e procurar falhas na situação para que ela, a oposição, tome conta, tome seu lugar que se acha devido e próprio, mas que a partir do momento que assume o lugar da situação passa a ser a situação e cometendo os mesmos erros e falhas da situação anterior, que agora é a oposição. Situação e oposição são antagônicas e paradoxais, num circulo vicioso que não acaba nunca, perdendo o foco e o real motivo de estarem na situação ou oposição. O negativo é oposto do positivo. Coloquei negativo na frente para mostrar como nem sempre o que vem antes é o melhor, porque ser negativo está sempre atrás do ser positivo. Jamais estará à frente porque tudo que for negativo é ruim. O branco e o preto são opostos porque, como já falei na postagem sobre COR, o branco é ter luz, claridade enquanto que o preto é a falta de luz, falta de claridade. Na luz podemos ver e enxergar tudo, na escuridão podemos ver com os olhos da intuição ou ver com os ouvidos, mas não conseguimos enxergar nada. O doce e o salgado não são opostos, porque, no meu modo de pensar, o doce não pode ser transformado em salgado assim como o salgado não pode ser transformado em doce. Cada um é o que é. O doce pode ser menos doce e o salgado menos salgado, apenas isso. A vida e a morte não são opostos porque a vida existe para se viver, ou seja, é realizar, é fazer, é se permitir é até se opor a qualquer coisa; enquanto que a morte é, pela concepção física, o nada, é inanição, é o fim. A vida, com tudo que nos permite ser, ter, estar, ver, ouvir, falar e tudo o mais que faz parte de se viver, nos faz ser opostos, antagonistas, paradoxais e tudo isso acaba quando morremos, porque, pelo que já li, após a morte teremos uma vida espiritual, não mais física sem nada do que era. O nosso corpo é apenas uma carcaça, e o paradoxo maior disso é que as pessoas cultuam o físico, cultuam o corpo, cultuam a beleza, quando tudo isso é efêmero, acaba numa fração de segundos. Não quero dizer que devemos ser relapsos com o nosso corpo, não é isso, mas devemos nos aceitar como somos. Ter cuidados, claro, mas sem exageros, que é o oposto de sermos relapsos e não darmos a mínima para cuidado algum. Amar e sermos amados como somos, nos aceitarmos e sermos aceitos como somos, essa é a premissa principal de uma vida repleta de opostos. Eu me oponho a várias coisas, sempre fui assim, nunca fui de aceitar qualquer coisa que seja pelo simples fato de ser querido, simpático, legal, por isso muitas vezes fui taxado e considerado um chato, um oposicionista. Até pode ser, mas assim eu sou, sem o Complexo de Gabriela: Eu nasci assim, eu cresci assim, e vou ser sempre assim. Vou falar sobre isso em algum momento. e tu, é um ou uma oposicionista? Por que?