BULLYING
A palavra que escreveria sobre ela hoje não é essa, mas comecei a assistir um jogo de futebol e me veio as estórias entre torcidas e jogadores associadas com o tal bullying e então decidi comentar o que penso sobre esse assunto. Sei que poderei ser mal interpretado pelo que vou escrever mas espero que leiam de uma forma com pensamento aberto, livre de qualquer preconceito - essa palavra era a que escreveria hoje - de qualquer ideia pré formatada sobre o tal famoso bullying que se espalhou pelo mundo todo desde que começou a ser utilizado e estudado na Noruega na década de 80 devido aos abusos provocados por estudantes nas escolas, aplicado especificamente para as ocorrências na escolas, entre alunos. A palavra Bully sendo traduzida literalmente para a língua portuguesa é intimidação, molestação, bolinagem, intolerância, perseguição, implicar e tantas outras palavras, mas vou ficar com essas para minha análise e mostrar o que penso sobre esse assunto. Só pelo significado da palavra já nos remete, com certeza a todos nós, quando falam, quando escutamos, quando lemos algum caso ocorrido, quase sempre com jovens, adolescentes, crianças e no ambiente escolar, ao que acontecia conosco na época de colégio com os colegas, pois sempre tem aqueles que se acham o melhor, o mais bonito, o galã, o mais inteligente, e aquelas que se acham a melhor, a patricinha, a bonita, a gostosa, a mais inteligente e não se contentam, não se satisfazem, pelo excesso de egocentrismo, inclusive imposto e colocado pelos próprios pais que fazem questão de mostrar para seus filhos a superioridade que eles tem sobre os demais, mesmo que bem lá no fundo, analisando a realidade das pessoas, observando seus comportamentos, não são nada do que se mostram ser, basta uma fagulha para aquele balão, ego inflado, estourar e não sobrar nada além de um pobre coitado ou de uma pobre coitada que não conseguem se manter diante de qualquer objeção, qualquer contrariedade, quando os pais estão longe, mas por um bom tempo conseguem realizar façanhas traumáticas nas vidas de muitas pessoas que se deixam levar por palavras proferidas por essas pessoinhas de pouca personalidade e nenhum caráter. Os pais fazem isso porque querem se mostrar para os amigos para os parentes para a sociedade o que seu filho ou filha é, como ele é e esquece que ele ou ela é somente uma criança que está sendo moldada para uma vida que ele, o filho, não sabe como vai ser: inócua, vazia, fantasiosa, de mentiras; até se dar conta que tudo aquilo ruiu como um castelo de areia, sem resistência alguma, e daí a queda é terrível e avassaladora, muitas vezes levando ao extremo da vontade de não mais viver, ou partem para lados escusos, obscuros completamente opostos ao que deveria ter seguido para poderem disfarçar e se esconderem de sí mesmos. Eu escutei algumas bobagens ditas por alguns tais achudos no colégio, mas nunca deixei aquelas palavras vazias e idiotas chegarem a mim e me fazerem algum mal ou me trazer algum prejuizo moral, físico ou mental. Aquilo tudo passou e não lembro. Tenho uma excelente memória para as coisas boas as quais passei, mas as ruins deixei lá atrás, alíás, nem deixei porque não adquiri nada de ruim, trouxe apenas coisas boas na minha bagagem para a vida de adulto. Mas, infelizmente, sabe-se que nem todos conseguem eliminar e não absorver esse tal bullying, que na época não era assim que chamavam, porque nem se sabia. Não sou contra os estudos para saberem porque acontece o tal bullying, para descobrirem porque uns fazem isso com os outros, os debates, os cuidados e as tentativas de eliminar essa prática nos ambientes, não só escolares, mas em todos os ambientes que os jovens e adolescentes convivem. Esse assunto está na moda e as mídias exploram para conseguir audiência, pois é tudo demagogia pura. Nessa idade, adolescência, a autoestima é muito baixa, porque estão passando por transformações no corpo, na voz, no pensamento em tudo. As meninas querem esconder que seus seios estão crescendo e usam roupas largas para escondê-los - embora hoje em dia a moda seja tetões imensos e a maioria são delas porque compraram e pagaram porque são artificiais, de silicone -. Os meninos é a voz que começa a mudar e começa a sair esganiçada, oscilante causando constrangimento ao ponto de não quererem falar porque vai ser motivo de chacota e os adultos nem parecem que já passaram por isso e fazem a mesma coisa que os adultos faziam com eles quando estavam nessa fase - passei por isso sei bem como é -, mas não cometi esse erro com meus filhos nem com ninguém. Muitos alunos estavam nessa fase e eu os incentivava a falar mesmo assim não importando o que aconteceria fazia parte do desenvolvimento. Dei esse exemplos mas são muitas coisas, muitas transformações que acontecem na cabecinha que está fervilhando de emoções. De uns anos pra cá tudo é bullying e já motivo para processos, interdições e medidas drásticas com quem fez, mas esquecem que tem todo um contexto para que isso esteja acontecendo, como escrevi anteriormente, porque o bullying começa na familia, começa com a pressão de atingir resultados, com a exigência e cobrança por fazer mais, ser mais, estar mais e assim esquecem de que o mais importante de tudo é um amparo, um abraço, um acolhimento em todos os momentos, até mesmo numa nota vermelha - nem isso não pode mais, pura frescura -, seja em que for, mas precisa de apoio e não reprimendas, não punições severas, drásticas. Claro que o jovem precisa de controle, muitos chamam de limites - vou falar sobre limites também - mas um controle que o faça seguir em frente e não estagnar, através de conversas e não gritos, diálogo e não pancadaria, compreensão e não repreensão. Do meu ponto de vista o bullying está exagerado e já atingiu todas as áreas das vidas de todas as pessoas; até um olhar curioso ou de admiração sobre uma pessoa já é motivo para processo, para discussão e barraco, e até o extremo de brigas homéricas e ridículas, corpo a corpo, com palavrões de baixo calão, mostrando bem o nível que as pessoas estão chegando. O diálogo está cada vez mais distante, cada vez menos frequente em todos âmbitos , tanto escolar quanto em casa, quanto no trabalho, quanto na sociedade. A intolerância tomou conta do espirito, da alma, da vida das pessoas e está fazendo estragos em relação a convivência consigo mesmas, imaginem com outras pessoas. Tem pessoas que fazem bullying consigo mesmas, se olham no espelho e ficam se cobrando, se exigindo, se desdizendo, se inferiorizando. Nossa vida está cada vez mais caótica e precisando de uma sacudida para que isso pare, para que voltemos a viver como pessoas normais, com nossas necessidades e carências sem darmos importância ou ouvirmos o que os outros dizem de nós. Eu sempre fiz isso, sempre escutei o que alguem tem pra me dizer: reflito, analiso, pondero, e então, se for importante que eu mude, eu faço as devidas mudanças, sempre do meu jeito, mas porque eu considerei importantes para mim, não porque alguém quer que eu mude ou faça diferente do que estou fazendo. Temos que ser autênticos e nos amarmos para podermos e conseguirmos amar e ser amados. Se nos amamos nenhum bullying nos atinge, e para nos amarmos basta nos aceitarmos, nos conhecermos e sermos nós mesmos. Apenas isso.