Ao entrar na universidade
Sair do ensino médio e iniciar os estudos numa universidade é-nos uma necessidade premente. O conjunto de informações adquirido mundialmente ao longo de centenas de anos pelas as mais diversas sociedades e culturas afunilado/trabalhado em códigos simbólicos através de um idioma ajuda-nos a ampliar de forma espantosa as nossas potencialidades. Somos impelidos ao desenvolvimento incessante, e, é claro que alguns se dispõem a trilhar diretamente ou indiretamente um caminho sensatamente disciplinar como o da maiêutica socrática: onde o ser gradualmente desemprega-se dos erros mais grosseiros.
Mudar o nosso olhar quanto ao que nos cerca por vezes é uma tarefa difícil. Ter olhos para ver, como diria Jesus Cristo, exige de nós uma reforma interior. Entrar nas sombras da nossa inconsciência é uma tarefa assaz penosa, que muitos só vêem quando a dor bati-lhes à porta, com a ajuda de psicólogos e psiquiatras. È importante lembrar que, enxergamos apenas o que nos desperta interesse, e, a imensidão fora do nosso campo de visão fica longe, pois não a conseguimos tocá-la por conta da compreensão momentânea que possuímos.
Sair da proteção tutelar no ensino médio, e passar a caminhar com as próprias pernas é estar disposto a realizar essa mudança. A universidade não é, e nunca poderá vir a ser uma extensão dos comportamentos referentes aos alunos de colégio. Onde a passividade impera em se tratando de transformações na sala de aula, instituição e cidade onde se fazem presentes, vivendo numa rotina de estudos teóricos poucos utilizados, e freqüência nas aulas. Ser universitário é participar de reuniões em diretórios acadêmicos fazendo-os funcionar, realizar fóruns de discussão no Campus, criar e proporcionar eventos culturais, é deixar de utilizar somente as nádegas em um processo de demarcação territorial para tornar-se um ininterrupto liame de transformações. Pois, quem constrói a instituição pública de 3º grau é o acadêmico, ele é a identidade da universidade.
Falar mal da universidade onde você estuda, além de ser uma ação precipitada é prejudicial a si mesmo, pois denota o seu alheamento enquanto cidadão político, que deixa de buscar melhoras para si e os outros. Já que partindo de uma analise crítica fundada no estudo do estatuto da Uneb Campus IX – Barreiras, as obrigações estão sendo cumpridas pelo corpo de funcionários da mesma. Então, caberiam preferencialmente aos estudantes, os que mais se beneficiariam com as melhoras das salas de aula, laboratórios, servidores terceirizados e quadro de professores a fazer mais e requisitar além do que se está a oferecer. Pois, a universidade existe para os universitários e não o contrário.
Jonas Jácome Vieira Brandão