CONTEMPLAÇÃO

 

Com a face iluminada pela lua, abro meus olhos, amplio meus sentidos e contemplo, na percepção do meu Ser, a presença da força que me vincula ao Universo. Minha força. Minha Centelha. A mesma que está envolta à todos os Seres, indiferente à distância que lhes é imposta.

 

Assim percebo, compreendo e aceito.

 

Após alguns momentos passados na imersão de minha presença, ponho-me de pé e passo a observar os detalhes que compõem o ambiente.

 

A clareira octogonal é cercada de árvores de aspecto centenário. Grossas, grandiosas e imponentes a qualquer Ser que tente fazer frente à sua Selvagem majestade.

 

Plantas e flores das mais variadas formas e cores completam os pequenos espaços que separam as árvores, em volta da clareira.

 

Inspiro e aprecio um perfume único, fornecido pelas essências das diversas flores e plantas, numa combinação doce, floral e perfeita para o ambiente.

 

Conforme caminho, vou percebendo a variação da luminosidade presente no local. As cores intensas, brilhantes e pulsantes, presentes nas pétalas das flores se fundem no ar. Possibilitando a luminosidade incrível e curiosa; dando vida à negritude da escuridão imposta pela noite.

 

O céu escuro e limpo de nuvens possibilita a visualização das estrelas, dispostas em constelação diferente da que conheço. Seu brilho reflete com intensidade no pequeno lago de água calma e límpida, localizado ao centro da clareira.

 

Paro às margens do lago, ajoelho e não excito em molhar minhas mãos nas águas curiosamente quentes. Estremeci ao sentir uma estranha energia emanando da água e irradiando pelo meu corpo; a simultânea sensação de leveza e frescor encheram de prazer os meus sentidos.

 

Ao encarar meu reflexo, não enxerguei o meu rosto mas sim uma curiosa combinação de folhas e flores se movendo no ar como em resposta ao vento, em espiral e formando a silhueta que me encarava no espelho das águas.

 

Assim permaneci, apreciando e contemplando aquele esplêndido e incomum ambiente.

 

Aos poucos, a luminosidade ficou difusa, as plantas perderam sua forma juntamente com o lago que, antes nítido e transparente, agora se perdera de minha visão.

 

O perfume do ambiente se exauriu de minha percepção.

 

Então, fecho meus olhos e percebo aos poucos a tão conhecida sensação do despertar matinal.

 

Despertei, abri meus olhos e agradeci a Deus pelo sonho que ele me proporcionou em grande viagem.

Num mundo tão perfeito que só cabia em sonhos!....

Lucas Louis Neville Grauthier
Enviado por Lucas Louis Neville Grauthier em 29/05/2023
Código do texto: T7799991
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